Beat Paralelogramo

BEAT PARALELOGRAMO. Andar pelas ruas, as mesmas ruas. Estar sozinho ou acompanhado, viver uma realidade paralela. Ler, sentado em um Café. De tarde, de noite, no meio das pessoas, pareço tão alienado quanto realmente sou. Perto de mim, meus vários eus me confundem com suas personalidades. O eu de chapéu, o eu que espera sentado os vários minutos vagos passarem com imprecisão de tempo hora espaço vago. O eu anda pelas ruas durante o dia. O eu vaga pela noite durante a noite noite que é o meu açoite pois dia, te espero à tardinha, quando nos encontraremos felizes a olhar o céu que vai nos encher os olhos de nuvens. As lágrimas escorrem da felicidade mórbida de um luto. Perdido no globo que não me encontro, as pessoas não fazem a menor diferença e nem me dão nenhuma informação mas eu também não peço, não fazem a menor diferença. Estou imensamente entediado com as coisas que me cercam. Não me sensibilizam mais. Apenas vejo impassível as coisas passarem. Inerte, indiferente a tudo isso. Vivendo como estranha criatura da noite. Observo os desejos de amor, os delírios de amor, amor contido no vazio do eu que implora algum fio-terra com a existência. Os encontros, desencontros e desencontrados, histórias que sempre trazem um personagem oculto. Os amores e desamores que fazem da vida o pior e o melhor da vida. Litígios da aproximação.
Weisse Katze

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