Experimentação

EXPERIMENTAÇÃO. 09 de janeiro de 2006. minha letrinha miúda demonstra como estou me sentindo, demonstra também tantas outras coisas, inclusive o fato de não querer usar maiúsculas, evito os pontos e desando em um contínuo inacabado de palavras EU_tempo fracionei a metade do começo em duas partes, a primeira, sentado no chão do corredor, ao ar livre, apoiando o papel num banquinho que é também meu tabuleiro de xadrez, a segunda, agora, depois de horas se passarem e o tempo-fragmento se escondeu, ficou nulo, dizimado, imperceptível, reduzido apenas a junção das palavras. então, sintomaticamente sinto-me, pelo espaço-tempo, pulverizado, exterminado, aniquilado. por isso junto os fragmentos, por isso até, faço passar o dia em vão, em vãos. ó dia! vai escoando formas lentas, de hoje até o hoje de amanhã passa boi passa boiada, começo titubeando, na calada. meia-noite recomeço as palavras, recomeço a colocá-las num lugar sem fim, num lugar sem fundo falso, sem porquê, sem razão, sem métrica nem matemática e feda-se a gramática. após um sono noturno. 11 e 23. o que eu faço agora? moment, please. momento, plebes. escrever faz o tempo passar, difícil só quando se engasga com o pêlo do gato de Alice, ou seria do coelho? nas rusgas do ego_fácil quando se está dopado de tristeza ou de alegria-tarja-preta. fazer bem, eu não sei, sei que a caneta corre atrás das palavras avant la lettre e à frente delas, apenas escrevo por necessidade, como respirar o ar de Belfast ou de Moscou.. palavras, palavras, palavras diluídas nas quais a força da minha imbecilidade não consegue acompanhar a velocidade do pensamento. com os filósofos não há dialogo possível, são tantas as questões que ao fim da tabuada vão apenas reiterar aquilo que eu sou, que eu talvez já saiba, vocês também.

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