Noites Adentros


A CIDADE MEIO NULA MEIO morta q açorda quando o céu enrubesce e me faz entristecer. Cheguei a conclusão de que esses anos todos pensando desde que mudamos ainda não cheguei a conclusão nenhuma. Moro em um edifício inacabado q um dia quis ser uma escola. Na verdade foi uma escola, o nome era O Pequeno Príncipe. Acabou fadada a ser escola da vida, erigida para abrigar sonhos e dramas, traumas e romances na memória dos que passaram por aqui. Ora, se não há uma dose de loucura em tudo isso? O meio-andar, a disposição aleatória das paredes... Não ouso chamar esse teto que me abriga de apartamento, não por desprezo, mas é melhor chama-lo pelo epíteto de cela. Embora eu queira ser um Vogelfrei, um fora da lei, um pássaro livre. O pé-direito alto evoca ares de ateliê. Aqui sou uma sombra de mim mesmo à luz de mim mesmo, à sombra de uma pintura noites adentros.

E OS ÚLTIMOS DA FILA. Falta a fala quando a fome vibra, meus olhos vibram. De dormir e acordar, por onde começar? Às vezes sinto presente o ser-animal, quando desperto. Procuro logo abrigo em algum mim-mesmo mais racional, porém , às vezes o animal continua arredio. Fico mimetisado pra ver se ele não me vê. Queria ser o quê não sou, queria ser o q eu era. Renascer dos ventos de uma nova percepção do caos. Glória ao tempo que a tinta apague a pintura dos meus versos. Uma amiga de outras vidas vem me visitar trazendo uma brisa do passado q me consola. Mas Fênix, minha querida, somos os últimos da fila...

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