Ideologia, política e juventude

Façamos um recorte no tempo para chegar o mais próximo possível de uma geração que lutou verdadeiras batalhas e que foi presa, torturada e morta pela ditadura militar nos anos de 1960 e 70. Que seqüestrou bancos, seqüestrou embaixadores, que jogou bombas, que morreu no sertão cearense uma morte quase poética, protegida pelos sertanejos, aquele mártir da causa da guerrilha, Carlos Lamarca. Geração que se opôs às restrições impostas pelo Estado militarista, o Estado autoritário: a falta de liberdade de expressão, censura, AI-5. Aquela geração que também morreu mesmo sem lutar, que saudava uns aos outros com o cumprimento paz&amor (moda da época). Hoje então, não se sabe quantas e quais foram as vítimas desse regime, de viver ou morrer, talvez todo o país tenha sido. Manipular a cabeça do povo, governar o povo e esse povo que mesmo sabendo que está sendo governado adere ao "conformismo" para viver, para não tomar cacetada. No jargão jornalístico dizem que a vida é o bem mais precioso. Hoje existem crimes-contra-a-vida (pois há pessoas miseráveis em lugares miseráveis) bem perto de você, bem como a repressão daquela época, jovem no Brasil de 2006 e (se está lendo esse texto você faz parte de uma parcela da população que sabe ler, começando por aí) você faz parte de uma elite cultural que nos tempos de militarismo se uniu; uns para expressar profunda indignação contra o regime, outros para pegarem em armas, outros em rosas e outros seguiram suas vidas apesar dos pesados ares da ditaduta, outros foram fazer Bossa Nova... e nós? Que somos filhos tardios desse período? Nós que apenas presenciamos, quando bastante novos, o movimento pelas eleições diretas para presidente. Eu tinha uns 4 ou 5 anos de idade quando vi meu pai votar para governador. Não se votava pra presidente; e já era um poder democrático e tanto. Que nós fazemos agora? "Pra não dizer que eu não falei de flores" seguirei o tema mais adiante.

weisse

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