Noites Adentros, NY

S e g u n d a_P a r t e
Dramas, Tramas e Conflitos

Finalmente chegamos ao Trípoli, em Litlle Italy. “Vamos comer comida árabe aqui?” - Nova Yorque podia surpreender. Logo ali ficava Chinatown, então eu podia até beber sangue de uma cobra se quisesse. “Vamos sim.” – respondi.
Meu tempo estava passando muito rápido. A Gi comprou diamantes da Antuérpia, que valiam muito mais na América, e os transportou ilegalmente na bagagem. Em uma palavra – contrabando. Em um casaco grosso, escondeu cuidadosamente cada um dos pequenos diamantes. Assim passou facilmente na alfândega. Ela queria vendê-los a um velho judeu que fazia negócios no mercado de ações. Eu dizia “Calma Gi, esses judeus de Midtown não estão de brincadeira” – e ela respondia “Você tá pensando que eu sou algum personagem de desenho animado?”. Bem que ela parecia uma heroína dos quadrinhos. Bastante destemida, não o bastante pra não morrer, pelo fato de não possuir super poderes, mas habilidades ela tinha. Eu já não sonhava e não tinha mais um ideal. Ela também não sonhava e ensinou-me a como não ter ideais, não esperar, agir antes que aconteça. Voar como uma águia, com olhos de águia, correr como um lince, enxergar no escuro como a coruja, mover-me como a serpente e ter a intuição de um rato. Assim eu podia sobreviver no antro das ferinhas. Estava em estado de semi-pânico. Pesadelos me assombravam, gritos me assustavam, o jogo da tímida maldade dos coelhos brancos, vermelho groselha nos olhos de sangue do coelho, o eco do cocoricó de Bitches Brew do Miles buzinava no meu subconsciente. Era uma questão de ego. Estava representando uma coisa em minha vida que sonhava ter, reconhecimento. E agora estava sendo pago para ser o fantoche de uma pequena conspiração. Parecia pertencer a alguma sórdida farsa encenada diante de um cenário sinistro.
Não conseguia convencer a Gislene de que era ariscado negociar os diamantes contrabandeados. “Gislene Hildgert, vamos nós informar melhor. Eles sabem que esses diamantes não têm um selo de procedência.” – insistia – “eles podem te denunciar, daí vão te pegar e mandar pra Guantánamo e eu nunca mais vou te ver”. Ela respondia em silêncio, balançando a cabeça.
__Você acha interessante vender palavras? – ela perguntou. Sim, era mais interessante vender palavras, do que vender idéias. A idéia era simplesmente descortinar a realidade relativa do inconsciente coletivo como forma mais primitiva de auto defesa. As frases eram um conjunto de palavras e as palavras eram apenas um aglomerado de letras. Juntos faziam sentido faziam chorar, faziam se olhar no espelho, ver a própria face no outro, despir-se de disfarces. Escrotamente traduzindo, era isso que eu causava, sem forçosa intenção, apenas escoria. E eu apanhava com papel. A sorte não me pegou nessa vida.

>>¨<<

(s e g u e...)

Comentários

Gu,
dá pra vc fazer um exemplo pra mim de como faço pra colocar "videozinho titiquinho", não consegui.

Eu quero esse aqui:
http://br.youtube.com/watch?v=P0wJT-rabh4

Como ficaria?
Bjo
Gustavo disse…
Oi Beija-Flor

onde aparecem os números 425 e 344

você tem que

mudar de 425 para 200
mudar de 344 para 174

duas vezes

Beijos,

Gus
obrigada. Bj
Iupeeeeeeeeee
Viva o Gu.
Deu certinho.
Obrigada bj
Gustavo disse…
por nada! disponha.
bjos,

Boa noite!

Gustavo
Alice Salles disse…
"Você acha interessante vender palavras? – ela perguntou. Sim, era mais interessante vender palavras, do que vender idéias. A idéia era simplesmente descortinar a realidade relativa do inconsciente coletivo como forma mais primitiva de auto defesa. "

idéia É uma palavra... muito bom.
Gustavo disse…
A sorte me pegou nessa vida"

mesmo assim
que fazer
escrevo
roserouge disse…
Quem é aquele giraço lá de cima? Hein?!
Gustavo disse…
Tio Manfred

parece um giraço?
abs,

>¨<



ps: o que é um giraço?
roserouge disse…
É teu tio? Que homem lindo, Gustavo! Giraço é calão, por aqui, quer dizer "homão" ou coisa assim...
Menina do mar disse…
(:
Estou a acompanhar e a gostar muito!
passei só pra deixar meu beijo.
Gustavo disse…
acho que em Montevidéo, não sei.
quer que te mande uma foto dele hoje? tá com 72, acho. Seis ou sete mais velho que o meu pai. Meu pai é mais bonito!ahh
e não é calão nem catalão, é galego!

>¨<
Gustavo disse…
Oi menina do mar,

que bom!
isso me incentiva a continuar!>>>
muitos beijos,

GuS
roserouge disse…
Não te incomodes, querido Gustavo, deixa lá...mas que era um homem lindo, lá isso era...a história? Qual história? Ah, sim tou a gostar muito também, podes continuar...
Gustavo disse…
Ja Ja

Danke!



>¨<

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