The Look of the Week

coloquei essa música pra você Karlinha, mon petit
spero que queira andar na minha Bike

Uma história de quem morreu para o mundo em 1970. Hoje, quase quarenta anos depois, como falar de uma pessoa iluminada? Hoje quando a lua se apesenta com um sorriso amarelo e triste, como falar sem parcialidade dessa pessoa iluminada (porque alguns tantos consideram uma pessoa iluminada) se você a admira. Admira porque a figura e o quê ela representa te agradam. Sobremaneira diante das críticas, dos rótulos e despojos, a maldade assoberbada, invejosa. Como você falaria de um poeta como Arthur Rimbaud? O Tempo ainda não nos deu a distância necessária para falarmos do Syd Barrett, o primeiro artista da pós-modernidade que, apesar da sua versatilidade – característica pós-moderna – destacou-se na música. Vendo de hoje, de longe, nem de longe ele me parece um hippie, apesar de ter vivido os finalmentes da contracultura e usado a moda, indumentária típica da época. Aproveito par dizer que ele não foi o fundador do psicodelismo, mas ajudou a cunhar esse nome e estilo musical no rock. Essa é uma tentativa de desmitificar a imagem de exotismo que se criou e as teorias analíticas sobre Barrett. Assistindo a sua filmografia, vejo que ele passava certa segurança de older brother, como mentor e mente criativa da banda, que protegia Waters, Wright, Mason, Bob Klose, e quem estivesse junto, e a ele mesmo, dos White lasers da inveja. Nesse video especificamente a "turma" brilhava. Divertiam-se filmando a si próprios... Vejo a felicidade dos rapazes naquela cena em que a garota dá de presente a sua calcinha ao Bob Klose. Em uniforme de colegial na Inglaterra, saia curta e meias longas, era fácil tirar a calcinha. Mas eram garotos e garotas faziam a mesma coisa ao longo do mundo. E eles, no backyard no quintal no jardim na fachada de um prédio numa rua erma, divertiam-se com si mesmos e, bem provavelmente a loucura. Nessa hora a câmera procura Syd, que está sentado na grama. Alguém lhe faz companhia, uma moça. Os cabelos de todos eles são grandes para os 60’s, mas ainda curto para os 70’s. Syd olha e sorri. A câmera procura Syd assim como as luzes do palco procuravam Rick Wakeman, do Yes. Esse vídeo, gravado em formato super-8 (8 mm tamanho da película), começa com o Bob na sacada do apê, sem camisa, se abraçando a si mesmo, tendo uma trip muito esquisita. Quando sobe no parapeito parece que ele vai se jogar. Sim, um gato manso (o animal please, não o adjetivo). Um gato japonês, um gato raro, daqueles que não se assustam com nada e têm a cara fechada, amarrada. O gato de Cambridge não tinha cara fechada nessa época. Um gato quando pisa no chão, ou seja, quando sai do lugar onde está, ou chega de algum lugar inusitado, nunca se sabe aonde ele vai. Faziam um barulhinho gostoso misturando os teclados com notas dissonantes em melodias psicodelicamente longas. No UFO Club Syd fazia as suas imprevisíveis improvisações, gritando, conversando com a guitarra, sintonizado com vibrações inter galácticas. Foi um período em que Barrett compôs o que seria a base de todo lirismo posterior aos primeiros acordes do Pink Floyd. Saucerful of Secrets, Astronomy Domine, Interstellar Overdrive, Brain Damage & Eclipse, Careful With That Axe Eugene são as que recordo-me de imediato, pois permanecem, com nova roupagem, claro, no repertório da banda. Por que ele hoje, depois de sua morte, representa do que nunca para a história da música pop?
Gostar desses caras torna-me também todos os adjetivos pejorativos, às vezes velados no elogio, mas por definição torna-me também real, embora infortunadamente seja paradigmático.

Alguns links interessantes
http://whiplash.net/materias/news_909/042871-pinkfloyd.html
I hope you like it!

Comentários

Gisa Dias* disse…
Olá... tbm acho que meu blog foge um pouco dos padrões de outras meninas, e foi essa a inteção, ecerver sobre tudo!
Gostaste?
Que bom!

Obrigadão pela visita!!!

bjokas*
Karla Moreira disse…
olha que eu vou hein!

não conhecia essa, adorei.
bjos e bOm dia.
BAR DO BARDO disse…
GO(O)D TRIP!

Santo Gus, esperamos agora um doutorado na matéria...

Um abraço de aprendiz!
Barbara disse…
Você acredita que fui conhecer a obra e o que está por trás da obra de Pink Floyd aos 55?
Eu não havia percebido que estava (eu), atrás do muro.
Cristiane Felipe disse…
Há tempos não lia um relato sobre um "ídolo" com tanta concreticidade, não nos blogs espalhados por aí...
A obra do Pink Floyd é sem dúvida uma maestria póetica, e a psicodelia emanada entra na alma dos abertos à beleza da arte!
Seu blog é divino, assim como a arte dos quais você aqui expõe...
adorei
obrigada pela sua visita no meu
e pela sua impressão sobre como eu deva ser...rsrs
não poderia ser melhor descrita...
obrigada
Seja sempre bem vindo...
voltarei sempre aqui e já sou sua fã
Boa tarde
Beijos aliciantes
renata.ferri disse…
Gusta sabe selecionar as melhores músicas do mundo. Quando quero ouvir algo muito bom, e eu nem sei o que é, venho aqui. Se tudo der errado, você sempre pode virar DJ de motel. De coração.

beijos!!!
É verdade Gustavo, ás vezes penso que poderia ser Gisele, para ser menos chato na hora de falar e dos outros escreverem... rs Obrigada pelo comentário, seu blog é muito legal hein, vc escreve de uma forma que dá vontade de ler, esses desenhos todos são seus?
Gisele Freire disse…
Oi Gus!
Semana bacana essa viu, quantas coisas sobre o Syd, e os links que vc sugeriu aí tem montes de coisas boas, valeu.
Abraço!
Gi

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