Palavras que não dizem nada

ou
Tudo é pra depois


Esse é um texto de baixo teor de gordura. São 3 e 23 da madrugada e eu não consigo dormir. Adoro a madrugada. Textos que não dizem. Nada fazem surgir trechos de um possível enredo para um conto, ou inspiração para um poema brega. Minhas coisas favoritas, meus prazeres possíveis e impossíveis e absolutos mesmo sabendo que nada (nem a morte) é absoluto. Um homem de óculos mira uma ninfeta. A cena se passa em um Café na Itália onde toca baixinho Chet Baker ao fundo (Miles Davis e/ou Coltrane assustariam as crianças). O homem mira de longe a ninfeta, que também está só. Busco mais um café. O silêncio paira sobre os morangos silvestres e um tipo Marcelo Mastroiani em todo o seu Splendor, porém de barba, barba meio curta e branca, feito de diretor-de-cinema-sedentário-e-tarado, Isak Borg melhorado, sem pedantismo. Ele olha a menina moça com sorriso no rosto. A actor acende um cigarro. acendo o meu. O que faz uma menina mulher numa praça? Certamente ela é esperta, certamente ela não espera a mãe, ela é liberta. Quem tem agora um sorriso no rosto? Vejo que não me inspira, no entanto lembro, mas não haverá nenhum teorema de Pasolini, nenhum Tadzio, nenhuma morte em Veneza, nenhum Thomas, man. Mesmo porque estamos na Itália. [a praça é bem iluminada. Close no rosto da atriz. Corta.] Cena dois, gravando. O silêncio. A mulher de branco, na contraluz da janela, deixa mostrar sua transparência enquanto me olha (a câmera) com seu feitiço de criança adulta, com sua maturidade precoce. Olha com sedução, sim, essa é a palavra. Sedução peculiar de cada um, com a língua entre os lábios, olhar de olhos que falam, olhos de dentro me olham convidam analisam desdenham compram faceiam passeiam sobre mim, zombam de mim. Supõe-se que eu também passeie meus olhos (a câmera). me aproximando ate deitar e ver, apenas. Não há final nem lógica, apenas sugestões.
Mais uma estrela no céu se perdeu no interlúdio entre Tempo e Espaço no momento em que a semiótica aplaudir a sua visão, seus olhos cognitivos, hipotálamo, lóbulo frontal. Até logo...
Beijokas


GAP

Comentários

Letícia Alves disse…
Gostei!
Saudades suas!
Beijos Tempestuosos e bom dia!
Anônimo disse…
olá! Adorei aqui e adoro café...
Mas não sou fotografa non...
Que texto amis futurista...
asoaksojaoskoajskaoj


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Ester disse…
Existem post non sense e comentários tb,
me encaixo nos dois,

mas nem tudo está pertido,

trouxe um vídeo bacana prá vc:

http://www.youtube.com/watch?v=kHdJR6iUBFM


P A Z
cirandeira disse…
Olá "papagaio" será que vc é mesmo "mudo"? sei não...!?
Não era só Schopenhauer que que tinha preconceitos contra as mulheres. Se formos recuar no tempo, não escapa nenhum, seja filósofo, cientista,político, et caterva...Aliás, ainda hoje, a maioria dos homens é prconceituosa em relação às mulheres. Malgré tout, la nave va...!
Parece que teremos muita coisa pra conversar,achei bem interessante a forma como vc se apresenta por aqui. Voltarei para tomar outro café. Obrigada pela visita e pela "provocação" rrsss
Abraço
Gustavo disse…
silence tells me secretly

everything

E V E R Y T H I N G

.
Olá!

Valeu pela dica lá no "Arte de Quem"... vou procurar. A propósito, seu blog é muito louco (no bom sentido, é claro!)!

FaloU!
Maristeanne disse…
...

De fato, no mundo virtual, precisamente nos blogues...
os encontros são imediatos.

Quanto à descrição somos cause tudo é algo mais..

...num cause nada.


[obrigada pela visita]


Papagaio falante...


(a)braços flores,girassóis:)
Bruna Mitrano disse…
adoro teus textos...
Gustavo disse…
obrigado Bruna.
Van disse…
Ahhh essas madrugadas...
Também sou amante delas. Insone incurável, criatura da noite.
Crio, mergulho, revelo-me, gozo... e findo-me nas manhãs.

Ótimo texto baby.
;)
Baci mille
BAR DO BARDO disse…
Continuei sozinho o roteiro desse cinema para lá de autoral... E vou filmá-lo nos meus pesadelos!

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