vagabunda com arroz e ovo

lady Gaga

Quando sento diante desse computador sinto-me velho. Sinto ter por volta de nove mil e quatrocentos anos. Não tenho medo do frio, mas tenho tido medo do frio interior que algumas vezes me acomete. Não há nada que aqueça esse frio. Sinto-me um covarde. Tenho inúmeros defeitos e diversas qualidades. Estou na rede, mas estou alheio à rede. Fora da roda de ciranda. Quero “trabalhar” esses defeitos que me incomodam, incomodam a todos. Dizendo assim pareço ser a pessoa mais perversa do mundo, mais má, mais inválida, incompetente. Não suportar seus próprios defeitos, esse é uma incoerência da humanidade. Suportar as próprias mazelas é ainda pior. Como “por as barbas de molho” e deixar que coisa e tudo mais aconteça qualquer coisa. Não sou um homem retilíneo em seus pensamentos e atitudes. Enquanto provêm de uma massa cinzenta, devoro meus próprios nervos e tudo acontece. E joga fora o duro córtex. Se algo te incomoda, em um leito distante, sonhando com algum feiticeiro loquaz. O entardecer das horas já se foi. Agora é engolir a si mesmo. Hora de encarar a verdade (um consenso eleito por determinados grupos de seres humanos) e decidir o que não é impossível decidir. O eleito, um jovem, um bom-camarada, um fora-da-lei. Minha autoconfiança não está abalada. Já transpus vales e montanhas. Que já passei por problemas piores em cenários mais agrestes. Eu, que já me matei e sobrevivi aos fatos. Eu, que já andei por paisagens mais belas do que essa e por caminhos mais agradáveis. Nessas mil duzentas e trinta e quatro palavras, para nada.

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