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quarta-feira, março 21, 2012


Hi-kalimba
Hi-kibe

não há representatividade
na reprodutibilidade 


não sei conta de matemática
procuro palavra que caiba



meu vazio de xamã








Já não há nada aqui além de lálá. Nada além de mim, ao seu lado assim, já não consigo dormir. Seu coração palpita de empolgação quando discorre sobre o tema, e reinventa a pólvora no momento mágico. E enche o quarto quando chega, erótica.

Silêncio polifônico





Então acontecem cento e uma coisas no espaço de um ano e depois, quando eu fico bem, todos voltam a conversar comigo naturalmente. A maior naturalidade do mundo não seria capaz de reverter o desprezo. A coisa acontece de dentro para fora. Organismo como objeto da desconstrução. Construção da coisa inorgânica dos seres inanimados. Ainda hoje acho difícil assistir a isso. A ideia e o pensamento como construção de imagens. Signos que possuem forma material estruturada. Assim palavra como composição de signos linguísticos comuns ao próprio de determinada cultura. A primeira tecnologia - a invenção o alfabeto grego, a organização dos símbolos linguais - mudou a forma de captar informação. O ensino era peripatético – o mestre andava de lá pra cá, onde era seguido pelos seus discípulos.


Tanto interior quanto caótico...

terça-feira, março 20, 2012


Als der Blume



Ontem dormi pensando em nós doisPensando no deserto que há em mim




A vida parece uma rosaO dia ...quando a flor

segunda-feira, março 19, 2012


kabuki



menino que brinca com fogo


tem medo de água fria




Os pássaros voltam de onde eu nunca fui


à noite,


meu fogo interior




acorda,


menino-passarinho




segunda-feira, novembro 14, 2011


Bonito, meu bem, mas inútil.




Funny, dear, but useless...Para aproveitar a fala do Amir Klink (apesar de não gostar muito dele, de damno proprio quisque dolere scit “cada um sente seu mal”) que diz que não sente e nem nunca sentiu depressão na cidade, ou seja, no meio urbano. É assim que eu me sinto. Descolocado, deslocado, desapropriado ao que seja propício e formal ou informal, tristeza profunda e saúde psicológica abalada. Mas quando estou nas “minhas terras”, na cumeeira das serras e nos vales, nunca me sinto só, desadequado, impróprio, desapropriado à minha própria saúde, concentrado em mim mesmo. Passei por esses vales durante nove dias completos e oito noites. Caminhando, sozinho, dormindo, fazendo fogueira, olhando pro céu das estrelas, com ou sem estrelas, com ou sem lua. Provei a mim mesmo quem eu era, quem eu sou, e a matéria-prima da qual eu sou feito, e a matéria espriritual que é a minha figura. Depois disso então, desse contato tão próximo, dessa catarse, desse mergulho, mente vertical, não me mais importa- o julgo de ninguém. Nessa disputa acirrada por descobrir a si mesmos. No deserto pós-moderno da Vilarinho. Afinal, injuriarum remedium est oblivi, “a maior vingança é o desprezo”.

domingo, novembro 06, 2011


Ou isso/ou aquilo


B diz que em uma coisa concorda com A: se você é poeta, é muito provável que seja miserável, porque “a existência de poeta por si fica na obscuridade que resulta em não se levar ao fim o desespero, em ter a alma sempre tremendo em desespero e em o espírito não ser capaz e em o espírito não ser capaz de ganhar tal transparência verdadeira.”Sǿren Kierkegaard em Ou isso/ou aquilo – segunda parte.


A primeira parte consiste em escritos de A – rabiscos, ensaios como “O homem mais infeliz”, em um diário íntimo chamado “O diário de um sedutor”, que se diz editado por A, mas escrito por alguém chamado Johannes. A segunda parte de Ou isso/ou aquilo consiste de cartas longas de B para A, atacando a filosofia de vida de A e aconselhando-o a deixar a melancolia de lado e tomar uma atitude. B parece ser um advogado ou juiz, casado e feliz. É um cara meio pedante, na verdade, mas um pedante astuto. A parte citada sobre a infinidade da melancolia vem da segunda carta, intitulada “O equilíbrio entre a estética e o ético mo desenvolvimento da personalidade”, mas a essência do livro é a sua oposição da estética e do ético. B não tem duvidas de que a vida ética é superior à estética. Ler Kierkegaard é como voar no meio de uma nuvem pesada. De vez em quando há uma brecha e você tem uma visão clara e brilhante do chão, mas então volta ao cinza da névoa de novo e sequer ter uma idéia de onde está.Kierkegaard, Sǿren. Filósofo dinamarquês, 1813-1855. Era filho de um comerciante bem de vida e herdou uma fortuna considerável de seu pai. Gastou-a estudando filosofia e religião. Ficou noivo de uma moça chamada Regine, mas terminou o casamento porque decidiu que não era feito para o casamento. Adquiriu uma formação para o sacerdócio mas nunca se ordenou e, no fim de sua vida, escreveu ensaios polêmicos contra o cristianismo convencional. Sem contar com duas estadas em Berlim, nunca saiu de Copenhague. Sua vida parece tão morosa quanto foi curta.

sexta-feira, novembro 04, 2011


Práticas antigas




Essas núpcias de fogo entre o céu e o momento da morte. Esse medo, essa presença, esse alguém. Esse alguém em nós e a capacidade de viver. A vida me faz querer seguir. Seguir para as frentes. Como lidar com a imagem de si mesmo? Existimos dentro de nossa cabeça, e eventualmente, fora dela. Como enterrar nossos mortos? Viveremos para sempre. Somos eternos.

terça-feira, novembro 01, 2011


Teresópolis on-line


Pessoas normais fazem coisas indizíveis. Coisas sobre os nossos olhos, inenarráveis, absurdas. Dignas de uma disputa de fim de batalha, sem conversa, sem credo, sem, nada. Com devido insucesso com que caí nessa cilada. Auxiliado por versos de tempo longo e digno de reflexão. Mas quem me dera. Quem me dera todo o fôlego da razão por si só. Da necessidade em si de ser, ao invés de estar à deriva em mil platôs. Navegando mil realidades... náufragos insucessos, polemizando livros perdidos praquelas putinhas do além. Livros que eu nunca mais voltei ver. Fogem de mim como crianças. Mo as darei uma palmada. Umas palmas na bunda dessas pequenas, pra que não ousem mais roubarem livros de um poeta furtivo. E suas nádegas coçam de vermelhidão. Nunca mais tive meu Spinoza de volta. Volume raro. Eu vo-lo daria se eu pudesse, mas nem era meu...

A stranhez do Tempo já não me causa spam





A morte do pai do meu amigo talvez tenha me transformado mais do que a ele. Transformado não sei se é apalavra certa... Hoje eu acordei com a sensação de que tudo está certo. Tudo acontece no momento certo, na hora certa, no lugar certo. Certo como? Não sei dizer. Uma força cósmica que alguns tomam por Deus e que alguns poetas dão o nome de esperança. Um brilho nos olhos. Mas um brilho bem lá no fundo, opaco, quase se apagando, torna a iluminar, torna a dar sentido, rumo, direcionamento. Sei lá. As coisas são como são, mas de uma maneira estranha. Nada se sabe, nada de pode ver antes que aconteça. De fato, somos o passado de um presente quântico. É mesmo? Y hasta cuandocompañeroChe Guevara?

domingo, outubro 30, 2011


Tanto faz



Eu me tornei menos importante do que isso. O meu ato de criação te dá tesão? Dedilhando o teclado como quem não apóia o verbo na frase, e que assim propõe que os meios não tenham as mesmas finalidades, mas que tenham princípios. Princípios exalam o aroma de um doce começo ainda desconhecido. Qualquer ato faz-se a seu tempo e não fora dele, porque eu me tornei menos importante do que isso. Tanto faz.

quinta-feira, outubro 27, 2011


Sigo

Talvez eu diga “eu te amo”
Talvez não

Talvez eu siga o caminho
Talvez eu mesmo seja O
... caminho

Levo tudo na bagagem
amor, ódio,
esperança...

segunda-feira, outubro 24, 2011

domingo, outubro 23, 2011


Hai-kaio




Na verdade, eu queria dizer que...
Eu queria dizer que...
Eu queria dizer...
que...
eu queria dizer...
mas...
é isso aí...

sexta-feira, outubro 21, 2011











Nunca me considerei uma pessoa religiosa. Acredito em Deus, suponho. Quero dizer, acredito que existe Algo (ou Alguém) além do horizonte da nossa compreensão, que explica, ou deveria explicar, “por que estamos aqui?” e “qual o sentido disso tudo?”. Creio que sobrevivemos para saber a resposta dessas perguntas, simplesmente porque seria intolerável pensar que nunca saberemos, que a nossa consciência se apaga com a morte como uma lâmpada quando queima. Não é uma razão enorme para acreditar, mas é isso aí. Respeito Jesus como um pensador ético, não jogando a primeira pedra e mostrando a outra face e tudo mais. Nunca fiquei com vontade de me tornar católico. Quando criança fui com minha mãe em algumas missas, coisa e tal. Sempre me senti acanhado e constrangido nessas ocasiões, sem saber o que tinha que fazer, se devia sentar ou ficar em pé ou me ajoelhar.










quinta-feira, outubro 20, 2011


meus medos,meus olhos, meus sonhos, meus monstros,

minhas constelações de fogo

Segundas-feiras são flores de janeiro




Segundas-feiras noite adentram meus devaneios.Vou sem receio, mas esqueço as finalidades do meio. Na vacuidão dos pensamentos que se vagueiam, no meio-de-jogo de uma partida de xadrez. Numa segunda-feira, fauna e flora se misturam. Agora, o conteúdo social falido. Agora, um conceito falido. Realidade entre criação. Olho para minhas mãos, como em tempos perdidos qual busquei compreender nuances de minha alma, os fios que compõem esse tecido. A maior sutileza, na hora do jogo, foi poder ver, sentir e traduzir coisas que se perderam no passado. Por entre ruas e becos, bares e lugares, buscando vírgulas, respirando o ar, navegando os mares, tudo dentro desses olhos. Na Longelândia, bem longe. Distante como diamante bruto.

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