EDITORIAL


Bem, tenho agora o difícil missão de relatar o que ocorreu nos domínios da literatura brasileira. Acontece na ABL (Academia Brasileira de Letras) um discreto, porém incomum burburinho que alcançou diretamente o além-mundo. O caso da adaptação de Machado de Assis que visa “facilitar a leitura”. 
A equipe, no entanto, que promoveu a adequação das obras para uma linguagem dita atual não se deu o trabalho de indagar a opinião de especialistas. Arrecadou do governo federal uma quantia exorbitante para publicar, divulgar, difundir e disseminar sua proeza em escolas do ensino público. 
Desejo aqui expor nossa política do privacidade. Afirmo que nunca atacamos direta ou indiretamente quaisquer instituições públicas ou privadas, assim como figuras públicas ou desconhecidas. Porém, ouso expor minha opinião de cidadão. Sou contra. 
Sabemos que a doxa – opinião pessoal – geralmente é volátil e imprecisa. Contudo, quando se trata de imortais debatendo um assunto referente ao patrimônio intelectual e cultural da nação, é de nosso interesse saber. 
a colaboradora Aparecida do Valle, adentrou os salões da academia e entrevistou o excelentíssimo professor DOMÍCIO PROENÇA FILHO, doutor em Letras e Livre-docente em Literatura Brasileira, membro da ABL, para discorrer sobre o assunto. 
Não estamos aqui pra julgar o caráter dessa ação irrevogável. Assim como sequer podemos avaliar a priori a qualidade dessa adaptação. Mas como brasileiros e, diante da falência das bibliotecas públicas, desejamos saber o leva um ministro liberar verba para um projeto dessa grandeza. 
A escritora Patrícia Secco, autora de mais de 300 livros infanto-juvenis é a figura principal do caso que está se tornando polemica nacional. Como pode uma educadora promover a banalização de obras de valor e conteúdo irretocável? Quantos dicionários e gramáticas podíamos adquirir com um milhão de reais? 
Bem, fica a pergunta. 
Em breve saberemos o que acontece no desenrolar dos fatos. 
Aguardem a edição de domingo. 

Ass.
Gustavo Perez

Comentários

ezra floid disse…
É que a tal adaptadora tem "esperteza", porém não possui a menor "sagacidade".
E este é o exemplo correto, pois na "versão" que ela fez de O Alienista, substituiu o termo "sagacidade" por "esperteza", o que não é correto, sacidade une inteligência, intuição e esperteza, contém a virtude "saga", enquanto que esperteza é qualquer coisa, uma oportunidade, ou um ovo caindo nela e ela se esquivar a tempo.
Além de tudo existem formas mais modernas e tecnologicas de se tratar com "palavras difíceis", basta ter um GLOSSÁRIO no livro, ou - se edição digital - aproximar o cursor da palavra difícil e aí abre um quadrinho pop com a definição sinônimo, etc.
Ou seja, além de mal feita, a versão dela é antiga, ultrapassada tecnologicamente, primitva, bizarra.
ezra floid disse…
É que a tal adaptadora tem "esperteza", porém não possui a menor "sagacidade".
E este é o exemplo correto, pois na "versão" que ela fez de O Alienista, substituiu o termo "sagacidade" por "esperteza", o que não é correto; sagacidade une inteligência, intuição e esperteza, contém a virtude "saga", enquanto que esperteza é qualquer coisa, uma oportunidade, ou um ovo caindo nela e ela se esquivar a tempo.
Além de tudo existem formas mais modernas e tecnologicas de se tratar com "palavras difíceis", basta ter um GLOSSÁRIO no livro, ou - se edição digital - aproximar o cursor da palavra difícil e aí abre um quadrinho pop com a definição sinônimo, etc.
Ou seja, além de mal feita, a versão dela é antiga, ultrapassada tecnologicamente, primitva, bizarra.

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