"La petite mort"

Quando seus corpos se tocaram,ele sussurrou de como era gostoso sentir o corpo dela todo encostado no dele e como ele desejava entrar dentro dela. E quanto mais sussurrava do seu desejo, do que queria fazer juntos, delícias, obscenidades, enlouquecimentos a dois, ele sentiu um prazer quente, enlouquecedor, gostoso, de uma gostosura incalculável, nunca sentida.Queria que esta sensação nunca terminasse. Que seu gozo esperasse por horas, dias. E ela, correspondia a todos os carinhos, toques, roçar dos corpos, todos os momentos que ele lhe passava. Conheceram cada parte de seus corpos, fosse com as mãos, com o roçar de cada parte de um corpo no outro. Eles se exploraram em toda a intensidade que desejavam e não tinham limites. Suas bocas, assim que se encontraram, foi como um imã que não se separa da superfície que o acolheu. Quando ele entrou dentro dela foi tao devagar, tão deliciosamente devagar, para sentir tudo que pertencia a ela e que ele não conhecia. Ela sentiu todo aquele homem fazendo parte de seu corpo, lhe proporcionando de uma maneira tao diferente de ate então, devagar, indo e vindo, um cavalo árabe solto, em liberdade de ir e vir pelos pastos. Ficaram nesta cadência, neste ritmo enlouquecidamente devagar que os levava cada vez mais a um nível de delícias que jamais sentiram. Descobriam o que era de mais gostoso a cada um, repetiam, repetiam  que em seus corpos já não cabia tanto prazer. Um fazia parte do outro, um dentro do outro, querendo que o gozo final viesse devagarinho, e lhes contemplasse com uma "petite mort", pois não sabiam se isto tudo  aconteceria novamente. E la petite mort chegou esvaziando o corpo dele, numa explosão de gozo e enchendo o dela de gozo e estremecimento.














"The rape of Porserpina" Bernini-Detail.


















Francisca Bello

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