can you picture what will be...

Shalassa

É um paradoxo. Na cidade sinto-me só. E não me sinto só quando estou sozinho na natureza agreste. Sou um montanhista homo-ludens das cavernas. Por exemplo, quando faço o antigo Caminho de Mariana que começo subindo a Serra do Batatal - uma vertente da Serra do Espinhaço - e vou até o Caraça pela crista das montanhas, atravessando campos de altitude e descendo pelos vales... Não me sinto só. Rainer Maria Rilke em suas Cartas a um Jovem Poeta aconselha ao jovem, que acometido também pela solidão, que fosse de encontro à natureza. Sentar-se embaixo de uma árvore, observar as águas do rio. Talvez seja um sábio conselho, porque nesses momentos nos sentimos frágeis e pequenos diante da imensidão. Obriga-me a conviver dinamicamente comigo mesmo. Não é solitária porque estou em pleno contato comigo mesmo. Em contato absoluto. Esse frio me faz lembrar outros outonos que passeei pela serra.

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