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Escrevo aos pés de São Miguel Arcanjo, sobre os auspícios de ser também um anjo. De ser um anjo caído, distraído. De saber o que é o amor, sem dicas, nem regras, nem que direção tomar mas, se não é uma máscara impassível, uma barreira, se não está nos copos nem taças e não é filtrado e não significa nada, então isso é o que não é o amor. Próximo ao dia 8 de dezembro, dia da morte de John Lennon, as pessoas escrevem cartas à Yoko Ono. Em resposta ela, que alguns amam e outros odeiam, escreveu uma elegia ao perdão:
"O dia de 8 de dezembro está novamente se aproximando. Neste dia, todos os anos, sei que muitas pessoas em todo o mundo se lembram de meu marido John Lennon e de sua mensagem de paz", escreveu Ono em carta publicada pelo jornal New York Times.
A viúva de Lennon também mencionou o sofrimento de outros que perderam entes queridos em atos de violência, assim como dos que sofreram abusos e torturas.
"Digo às pessoas que perderam entes queridos sem motivo: perdoem-nos por não ter conseguido impedir a tragédia, e rezemos para que as feridas se fechem", diz o texto. "Aos soldados de todos os país em todos os séculos, que ficaram aleijados por toda a vida ou que perderam a vida, digo: perdoem-nos por nossos erros de julgamento e o que aconteceu por causa deles", prossegue. "Às pessoas que foram abusadas e torturadas: perdoem-nos por ter permitido que isso aconteça", acrescentou Yoko Ono. "Como viúva de alguém que foi assassinado em um ato de violência, não sei se estou pronta para perdoar o homem que apertou o gatilho. Estou certa de que todas as vítimas de crimes violentos sentem o mesmo do que eu. Mas sarar é do que o mundo mais precisa hoje. Saremos nossas feridas juntos", pediu Ono.
Weisse Katze
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