começos "come alone"

Difícil descrever. Como eu disse “tudo começou na hora de acabar”. Agora retomo a esse “tudo”. Aos poucos retorno a vida cotidiana. Apesar de gostar de escrever depois que atravesso os portões da madrugada, tenho sido impelido a escrever na hora em que ainda há gente acordada. Quando toco o teclado suavemente pra não fazer barulho, sinto-me um transgressor das minhas próprias leis. Queria agora alguém pra dar um telefonema e dizer que a vida vai continuar. Que dormisse comigo ouvindo jazz. Alguém pra mostrar umas fotos, compartilhar a vida. Isso virou “correio elegante”. Sei que “compartilhar a vida” é foda. Mas, o que buscamos, afinal? Eu encontro a mim mesmo, aprendo e sigo. Sigo tardio. Há alturas em que o silêncio é de chumbo e deixa o coração pesado. Coração humano de um lado da balança, e do outro a pena de Horus pra saber se o morto deve ir para o paraíso.

Comentários

nydia bonetti disse…
Gustavo, esta série de textos daria um belíssimo livro, já pensou nisso? Tão intensos, tão bonitos, tocantes... beijos.

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