Flutue no céu
E que também adormece, também dança, dança o choro-valsa e a valsinha e adormece. Dança. Dança e encaixa suas notas, compassos e contratempos e ritmos. Areja, esvoaça, vai longe. Voa... e retorna à perfeita percepção, própria fé em si mesmo. Madruguei com você. Abdiquei de tanto faz o que. Não há como perceber o mundo fora de si. Não há como não tomar atitudes desesperadas. Há como Ser ou forte e firme ou
fraco. Sem morte sem norte sem leme quem te ame e sem tabaco. Sem café?
Já li muito. Meus ouvidos agora querem aprender a ouvir mais do que ler.
Tenho lido pouco ou quase-nada. Ler é deixar alguém falar no seu
ouvido. Nada de realismo fantástico, nada dos contistas russos. Sinto-me
um intruso na obra desses mestres, confusos, russos, obtusos. Minha
garganta seca. Minha ausência de diálogo e minha fala ficam obstinadas,
corrosivas. Ultrapasso a hermenêutica do apuro, pichado nos muros da
memória. O que passou, passou... Flutue no céu, ou siga-me.
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