Leitura

Ontem meus irmãos estiveram aqui em casa. Todos os filhos reunidos. Raro. Somos em quatro. Família é uma coisa engraçada. A gente consegue falar de todos os assuntos, uns com os outros, ao mesmo tempo, e não ser desatento, deselegante, desagradável. Demos muitas risadas. Minha mãe, no fim das contas, ficou bastante cansada. Uma mulher incrível. Atenta a tudo, a tudo (e todos) muito atenciosa. Acho que meu pai ficou feliz. Eu perguntei a ele se estava. O silêncio dele fala. Diz muito. Difícil puxar assunto, difícil fazê-lo rir. Mas eu consegui. Depois que todos foram embora. Deve ser bom ver a prole se dando bem. Se relacionado como família, como um grupo familiar deve ser e se tratar, se cuidar, de maneira harmoniosa. Foi uma noite gostosa. Cheia de música, taças e abraços. Ah, e muitas risadas e  gostosas gargalhadas de quem se conhece muito, desde tanto tempo. É bom sentir-se parte integrante de algo. Comemoramos os 78 anos do meu pai. Depois que todos se foram, aconteceu de mergulharmos numa tremenda introspecção. Acabou sendo gostosa, conclusiva, boa. Somos uma família hermosa, como disse minha prima da Argentina, Isabel Alvarez. Isso fez-me querer registrar minha voz lendo alguns textos manuscritos por mim, que ainda não foram lidos ou publicados. Eis o que devo fazer. Antes que tudo se acabe. Antes que eu, tu, eles. Deus, alma, mundo. As nossas ilusões de transcendência...

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