Eu é o outro
Ser sem deixar de ser. Ser sem de estar só. A arte sorrir contente vive mais uma vez ao papel. A dor que sinto agora faz surgir algo um lamento, um respingo de tinta, uma lágrima. Tanto faz crer que vai mudar, pois o fantasma da lembrança nos persegue e é “inútil dormir que a dor não passa”. Um ser-estar ao lado de outro outro que se confundiu às vezes se confunde. É um frio de tristeza em um deserto de agonia. Morto, louco, solto, a falta que me faz arrancado um pedaço de mim. Sintomas patológicos de um luto. Respiro, falo, calo. Solto, surdo, mudo. Esse veneno vida que me asfixia. Esse poetizar sem causa, sem objeto. Sem afeto, sem si mesmo, sem sujeito. Um pathos que aos poucos permanece/ remanescente da dor própria que se anuncia. Onde as memórias reverberam o próprio eco. Renunciar a si para fazer nascer de si um novo eu. Difícil é encontrar esse lugar onde as lembranças não mais não mais. Recodifico as células do meu cérebro. Recodifico meu mapa antropogenético mudando a geografia do Infinito. Até agora, até amanhã, até a morte.

Weisse Katze

Comentários

Gustavo disse…
mesmo assim não mudo
surdo e cego

>¨<

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