Resposta à pergunta de Guilherme Coelho

Desenho de Érico Ferrari

Caro Guilherme,

O sol se levanta todos os dias.
Talvez e, não só ao q se refere ao texto, mas, ao longo da minha vida tenho sido mal interpretado. Perdoe-me, de antemão, haver dito que a vida me parece um supermercado de grandes ilusões para aqueles de olhares mortos. Talvez você tenha se ofendido inconscientemente, pois o texto se chama: “A Tímida Maldade dos Coelhos Brancos”. Quero deixar claro q jamais foi minha intenção ofender nenhuma espécie de oryctolagus cuniculus, embora eles me pareçam inexpressivos e com certo ar de passividade (salvo aqueles que são observados em seu habitar natural). Devem ser mais ágeis e espertos... Eu, particularmente, prefiro as Lepus granatensis, também conhecidas como lebres. Por gato já comprei várias.
Já os coelhos, principalmente os brancos de olhos vermelhos, contêm uma maldade infantil terna, inocente, franca, sincera, crédula.
Lembro-me, claro, do coelho da história de Alice, de Lewis Carol. Sempre apressado, extinguindo o tempo. Esse mesmo tempo e espaço, tendo ao máximo sido reduzidos ao ponto em que (
Aventuras de Alice no País das Maravilhas) Alice já não precisa mais voltar.

Mas, retornando ao assunto. Caro Guilherme, você afirmou, mencionando palavras minhas, suas considerações sobre a juventude, que julga ser ultra miseravelmente cultural e escrava da mídia e, colocou de outro lado, aqueles que querem promover a revolta iconoclasta.
Se de todo não podemos quebrar conceitos universais, entendo como fraco seu conceito de generalismo. Ainda mais quando você gera dualidades me obrigando a posicionar-me frente apenas 2 lados de uma suposta realidade. Quando realidades são tantas.
Em meu entendimento vivemos cada instante, independentemente de sermos simultaneamente objeto signo interpretante, linguagem, falatório, palavreado, verborréia, vozearia, significado e significante, mil diferentes platôs. Neste próprio platô em que agora apoiamos nosso debate, se consolida somente meu devaneio.

Por fim, gostaria d confessar que por vezes me sinto off-line, desconectado do grande hipertexto Pais das Maravilhas. Mesmo quando ouço o canto dos pássaros, uma canção ao fundo no rádio, o som de máquina pesada longe e as luzes que se transformam durante o dia.
Caminho por esses platôs rápido, ligeiro, acelerado, galopante, veloz, desbocado, desenfreado, dinâmico, violento, trepidante, vivaz, surfista de ônibus.
Não temo o abismo. Somente atmosferas por onde voam energizadas, estranhas borboletas. No entanto titubeio ao cogitar se entendemos a lógica da contemporaneidade assim como ela se apresenta. O pensamento voa em velocidade incomensurável.
Um dia despontará no horizonte o Sol da Renovação que irá dizimar mentes ociosas e banhar de luz os anseios da nova geração de crianças índigo.
À todos aqueles que estão comigo em pensamento.


Gustavo


Ps.: Espero que você leia essa mensagem o quanto antes, pois verifiquei q não possuo o endereço do seu correio eletrônico.

Comentários

Anônimo disse…
“O Sol não se levanta, o homem... sim, se levanta” (Antoine Fabre d´Olivet)

Gustavo,

Agradeço a homenagem e a oportunidade do debate. A cada dia mais tem se tornado difícil um bom debate. As pessoas estão intolerantes, defensivas, e o que é pior, imparciais. Não, não fiquei ofendido, muito menos “inconscientemente ofendido”, como você disse. Enfim, apesar de seu vasto conhecimento em coelhos e sua habilidade com termos científicos e com o uso do dicionário, meu interesse por estes animais não transcende meu sobrenome. Fico feliz que meu comentário tenha despertado seu interesse a ponto de dedicar-me este texto. Vou tentar retribuir a gentileza. Primeiramente, o julgamento sobre a “juventude ultra miseravelmente cultural e escrava da mídia” é todo seu. Pode ficar com ele, tenho outros mais úteis. A outra, como você concorda comigo, é mais uma de tantas realidades. Tem razão. E você é livre para escolher a realidade que achar melhor, mesmo que esta seja uma verdade própria erigida em seu jogo de palavras e que o coloque acima de nossa angústia metafísica e decadência moral. Talvez seus devaneios sejam nossa solução. Longe de mim, querer quebrar conceitos universais, ainda mais em um mundo que já nasce desprovido deles. Debatê-los me interessa mais.

www.blogdeareia.wordpress.com
Anônimo disse…
oi gustavo,como já disseram, onde ha unanimidade ha ignorancia, acho que enquanto as pessoas nao questinarem tudo inclusive a sí próprias, nossa cultura nao vai mudar, as pessoas se alimentam umas das outras e nao sabem que devemos buscar alimento na vertical e nao na horizontal que causa essa corrente de mediocridade no mundo.


http://ericoferrari.blogspot.com/
Anônimo disse…
Sabe o que uma paralela falou para a outra? "vá na frente que a gente se encontra no infinito". A hipotenusa, todinha adjacente à conversa, de soslaio, dialogou: diagonal. E a Moral em vértice da história = E=mc2

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