Carta para Mildred
Escrevo essa carta em agradecimento a sua promessa de passar por aqui, talvez a última e derradeira comunicação por enquanto. Talvez um dia eu ainda diga Seja bem vinda minha amiga, mas por ora não sei como reagir às suas palavras e suas lágrimas tão somente minhas.
Como coisa que se regenera
outro a ser o que era
Um pedaço de mim que estava mudo, preso na garganta, saiu como fumaça preta de rancores, raiva, desejos de vingança, alucinações. Vociferando ao léu, no púlpito das minhas trepidas memórias, palavras ordinárias contra a dor que dilacera em falta de compreensão, saudades e ódio, para inutilmente tentar fugir de um desmoronamento, túneis e pontes, conexões entre o passado e o presente numa cachoeira onde dormimos. Paro para esperar a chuva, fumar um cigarro e beber a pinga que comprei no caminho sob a única pedra que pode me abrigar à beira do poço.
Lembra? quando os seus olhos de menina vulnerável e frágil à sombra de um desdenhoso e trágico arcanjo libertário quis fazer parte dos vários tons de verde tranquilizadores? Lembra que planejamos levar Iákov naquele lugar?
Confiar em mim foi como mentir uma traição cotidiana que nos acometeu durante um tempo demasiado denso desde o princípio. Amei apaixonadamente o quanto pude me afogar em seu cabelo loiro e beijar sua pele rosada enquanto fazíamos amor.
Mildred, agora, aurora após aurora, quando ainda nenhuma manhã sublinha essa lembrança, evolve-me a falta de mim mesmo. Falta-me o seu ventre junto do meu ventre, as suas coxas nas minhas coxas, o seu misterioso e quente e forte riso de mulher. Falta-me a nossa cama para o meu longo cansaço. Falta-me a sua vagina ensolarada para ancorar a minha vergonha de ternura. Espera Mildred, na espessa noite da sua casa.
Como coisa que se regenera
outro a ser o que era
Um pedaço de mim que estava mudo, preso na garganta, saiu como fumaça preta de rancores, raiva, desejos de vingança, alucinações. Vociferando ao léu, no púlpito das minhas trepidas memórias, palavras ordinárias contra a dor que dilacera em falta de compreensão, saudades e ódio, para inutilmente tentar fugir de um desmoronamento, túneis e pontes, conexões entre o passado e o presente numa cachoeira onde dormimos. Paro para esperar a chuva, fumar um cigarro e beber a pinga que comprei no caminho sob a única pedra que pode me abrigar à beira do poço.
Lembra? quando os seus olhos de menina vulnerável e frágil à sombra de um desdenhoso e trágico arcanjo libertário quis fazer parte dos vários tons de verde tranquilizadores? Lembra que planejamos levar Iákov naquele lugar?
Confiar em mim foi como mentir uma traição cotidiana que nos acometeu durante um tempo demasiado denso desde o princípio. Amei apaixonadamente o quanto pude me afogar em seu cabelo loiro e beijar sua pele rosada enquanto fazíamos amor.
Mildred, agora, aurora após aurora, quando ainda nenhuma manhã sublinha essa lembrança, evolve-me a falta de mim mesmo. Falta-me o seu ventre junto do meu ventre, as suas coxas nas minhas coxas, o seu misterioso e quente e forte riso de mulher. Falta-me a nossa cama para o meu longo cansaço. Falta-me a sua vagina ensolarada para ancorar a minha vergonha de ternura. Espera Mildred, na espessa noite da sua casa.
Comentários
Abraço,
Gustavo
Amor lancinante o teu.
Bom fim de semana.
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olá.
eu juro q fiquei na dúvida se era mals ou maus, enfim
foi mals...
en dubio pro reu
Abraço grande,
Gusta
Mau com u é ruim
Mal com l é dodoí.
Aos maUs poetas!
Saúde!
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Traurig Katze...
pS: sabia que os papagaios do conga só falam fracês?
bju
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acho q foi por isso que me apaixonei...
beijos
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Essas já são velhas...
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