Wo bist du?
Há pouco mais de um ano me separei de minha mulher. Ela é descendente de alemães assim como minha namorada antes dela, Pesseguinho. Sempre fui um errante, nada do que fiz em minha vida foi certo. Sempre cantei aos quatro ventos minha miséria minha sabedoria, a prepotência, também minha e humana. Sempre me embriaguei dos venenos mais torpes, e me safei com audácia, como um Hobin Wood underground, das situações mais caudalosas. Estou me sentindo Giaccomo Casanova a descrever suas aventuras desde que foi expulso de Veneza. Mas, prosseguindo em meu relato pessoal. Essa experiência foi-me um tanto traumática. Foi e está sempre sendo para mim. Minha senda caminha na alma do nevoeiro. Isso acaba envolvendo todos que estão em volta. Isso acaba por mitigar cada dia a imagem que formo de mim mesmo. Sonho ser o que não verdadeiramente sou. Poeta e marginal sempre a margem daqui e dali também. Disse-me Mildred certa vez que eu tinha uma enorme vontade de ser aceito, mas não aceitava ninguém. Até hoje não entendi o que parece simples. O que é de fato aceitar alguém? É não ter olho crítico? Não saber sair dos lugares onde não me sinto bem? Eu é que nunca fui aceito por esses olhos pouco fugazes, e às vezes nada inteligentes. Ficamos juntos dois anos, eu afogado na germanofilia. Nem na Alemanha são tão germanófilos. Nunca os alemães me perseguiram tanto. E eu fui de encontro a eles, a ela. Com minha espada em riste e o coração na mão. Sem disfarçar pequenas emoções, tentando não me desesperar com grandes tristezas. Mas desse passado em que vivemos, sangue do meu sangue espanhol, ativado através dos genes de meu pai, essa novelística quase mexicana. Viva Frida Khalo, mas imagino que nos confins da Galícia, em Ribeiro de Bandi os dias são de tonalidade gris e sem cor, e até os dias de sol são tomados por algum pudor católico que não os deixa ser alegre. Existe uma grande diferença entre festejar e ser feliz. Quanto a verter a si mesmo, se divertir, não vejo lógica, com todo meu pessimismo, para isso. Mesmo assim o faço. Por pessimismo. Quando não tenho para onde ir. Cair morto para mim é a rua, é a chuva, sem destino certo, sem pausas e sem parágrafos. Saio como um Jack Pollock, de gola roleux e jaqueta. Os tons são frios, o dia é branco. Não tenho para onde ir, saio a flanar. Ocorre que tenho que deixar essa estação. Sair da casa de meus pais, da qual passei fora dez anos, da qual todos os irmãos já debandaram. Como disse minha mãe nascem dois morrem dois. Um novo paradigma contradiz esse dito popular. No caso geral seria nascem dois e morre um pra cada lado. Mas no nosso caso, está se cumprindo a sua profecia, o que ela, minha mãe, vaticinou. O problema é que não tenho para onde ir, por isso passo os dias perdido. Por isso passo os dias assim, com a mesma toalha que limpei minha porra, enxugo minhas lágrimas. A mesma paisagem, um voto de silêncio, outro de castidade. Lágrimas são de cristal e la leche és santa.
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Comentários
O momento é de dor. Sinto-me um barquinho à deriva em mares desconhecidos, no meio de uma tormenta.
Abraços,
Gustavo
minha querida Alice
Que um novo e qualquer levar me respire!
soprado por ventos de polpa,
que conduzem mais rápido o barco
(ao seu destino-sem-destino)
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Pois, tentarei, tentarei e tentarei.
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ps: quero responder seu comentário com mais calma. Agora apressa-me o rigor das horas.
me pegunto, você já foi diferente disto?
É cômodo demais se encostar nos problemas e deixar que lhe tragam um prato de comida e tudo mais.
Quem dera se todos os brasileiros que ralam todos os dias tivessem o luxo de ter uma vida assim. Nós, os brasileiros como tu, temos problemas infinitamente maiores mas sobrevivemos.
Por que quem não luta fica sem dinheiro, sem casa, sem dignidade.
Encare a verdade, você é brasileiro em sua total essência. Pare de idealizar a gringolêndia e mire-se no exemplo daqueles que te cercam. Seus veradeiros irmãos de nação. Esta será a sua verdadeira cura.
Tu que pintaste o mistério da libélula na parede do meu quarto, faça o favor de identificar-se, pois senão a tomarei como um anônimo e serei obrigado a apagar seus comentários. Isso que fazes é como bater em cego, todavia, obrigado pelos conselhos.
Abraço,
Gustavo
Gustavo
ps: só mais uma coisa:
foda-se seu patriotismo de merda!
tu és patriota?
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Primeiro, obrigado pela visita; segundo, não sei se esclarece ou confunde um pequeno texto postado na barra lateral
"os personagens e situações dessa trama são reais no universo da ficção. Não se referem a pessoas e fatos concretos, e sobre eles não emitem opinião"
O lance é que sou um péssimo mentiroso. Mesmo assim, espero que apareça mais vezes para nos confundirmos mais.
Abraço.
Gustavo
ps: percepto = a sensação de noção de percepção.
Gostaria é de tocar um canção, um samba cheio de dó em homenagem aos peter pans do mundo, os rebeldes sem causa.
Ah, e pode apagar meus comentários sem usar esse tipo de argumento frágil e forçosamente "colocado".
Faço este favor a você. Gentileza urbana, detesto sentir vergonha alheia.
"o pirulito é meu e eu faço o que eu quiser com ele, chato, bobo e feio"
ps* por que sempre tem leite no seu bigode?
por que nadas em leite, meu caro
ps* 2 tá brigando com quem? tem uma multidão de homens e mulheres que te odeiam no mundo todo, então
posso estar muito mais longe do que imaginas...assistindo de camarote este seu circo freak
rsrsrsrs
ou melhor, por que você não aparece na minha frente?
vá exercer a sua liberdade de expressão na casa do caralho.
Abraço,
Gustavo
ps: detesto moderadores, censores, detesto apagar comments, detesto proibições, pois é como tratar adultos como crianças. Mas, de uns tempos para cá, peço que evitem fazer comentários anônimos por considerar anti-ético. O que vai contra a minha ética, que é altamente tolerante e à favor da liberdade de expressão (inclusive atirar sapato em presidente americano) removerá comentários anônimos sob o pretexto, mesmo que forçosamente "colocado", de que, metafóricamnte, é o mesmo que bater em cego, ou seja, covardia.
Shame on you, Violeta.