qué que eu sei?




Constato, aos trinta e dois anos, que “momentos” desenham linhas de ruptura em nossa vida. Aos trinta e três anos Jesus saiu para pregar. Pelo deserto passou sua prova mais íntima. Morreu na cruz. Oito vezes morri na cruz dos braços de uma mulher que muito amei. Essa é a ruptura. Posso traçar uma linha sísmica, além do tempo, além do outro. Através da minha experiência. Hoje é como se eu não devesse nada ao mundo feminino, portanto, quase nada ao mundo. A não ser, os filhos. Uma extensão genética provinda de apenas dois pares de cromossomos. Uma meia-cópia de mim, adulterada pela indústria cultural. Um minuteiro que gira sem o ponteiro das horas. Gira porque é inexorável por aproximadamente cem anos. Daqui a duzentos anos nenhum de nós estará aqui no planeta, vivo pra poder dizer.

Comentários

Numa palavra?! Belíssimo!
nydia bonetti disse…
nossa... hoje é o terceiro texto de pessosas na faixa dos 30 e poucos anos, em pleno estado de crise (ou ruptura). as minha crises só vieram 10 anos depois. nem te conto. abraço, gustavo.
Gustavo disse…
Oi Nydia,

Apenas uma reflexão sobre nossa breve-vida.
abç

Gustavo

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