qué que eu sei?
Constato, aos trinta e dois anos, que “momentos” desenham linhas de ruptura em nossa vida. Aos trinta e três anos Jesus saiu para pregar. Pelo deserto passou sua prova mais íntima. Morreu na cruz. Oito vezes morri na cruz dos braços de uma mulher que muito amei. Essa é a ruptura. Posso traçar uma linha sísmica, além do tempo, além do outro. Através da minha experiência. Hoje é como se eu não devesse nada ao mundo feminino, portanto, quase nada ao mundo. A não ser, os filhos. Uma extensão genética provinda de apenas dois pares de cromossomos. Uma meia-cópia de mim, adulterada pela indústria cultural. Um minuteiro que gira sem o ponteiro das horas. Gira porque é inexorável por aproximadamente cem anos. Daqui a duzentos anos nenhum de nós estará aqui no planeta, vivo pra poder dizer.
Comentários
Apenas uma reflexão sobre nossa breve-vida.
abç
Gustavo