patchakanduba
Creio já ter dito que não muito me agrada esse horário de verão. A luz crepuscular se prolonga muito mais. A escuridão total aporta somente em hora avançada. O Tempo encurta a madrugada e eu amo as madrugadas. As madrugadas foram feitas para isso. O que poderia estar mais próximo de nós? Aquilo que nos aproxima ao que pertencemos? Aquilo em que somos dóceis participantes? Amo os gemidos da madrugada e o silêncio de amor. As luzes que devagar se apagam. Os ruídos sempre tão peculiares e rotineiros. Uma sinfonia de latidos distantes. A tosse seca da vizinha. O carro passa em alta velocidade. É um prelúdio daquilo que se chama acontecimento-apropriação. Hoje, quando aquilo que ainda quase não foi pensado ou pensado pela metade é logo entregue apressadamente a toda forma de mídia e publicidade. No silêncio da madrugada silence of a dawn posso voar. As ondas de pensamento logo invadem longas dimensões. Algumas vezes não sei se é choro de criança ou se é gato. Não sei se sou eu quem escreve ou sou outro eu. Um eu minúsculo que se atabalhoa entre letras, que se esconde atrás dessas palavras. Será esse o verdadeiro Eu entre os verdadeiros eus que existem? Não significa que eu também não ame os dias...
Comentários
Um Feliz natal, é sempre um gosto visitar o seu blog!
Ótimo texto.
Beijo.
O lusco-fusco nesse horário de verão é uma catarse. O sol namora a Terra um pouco mais. Afinal, é quando eles estão mais próximos.
Em Aveiro não imagino como sejam os entardeceres... Feliz natal, Gabs! e obrigado por visitar meu blog.
Beijo,
Gustavo
Gosto muito quando você comenta algum texto. A companhia das madrugadas, acolhedora madrugada...
Beijos,
G.
Assinatura sublime...
Atenção aos desavisados!