Caçando minha própria espécie
O pensamento, como disse uma banana transgênica, tem fases de mudança. Fases de uma reconstrução interior. Fases de ter que aceitar a vida como ela é. Tal como hoje ela desponta, agradeço com humildade. Valores que anestesiam: pensamentos fúteis, comidinhas fúteis, e sentimentos. Tal como aceitar sem necessidade, dia e noite, um ambiente ambíguo, sem equívocos adormecidos. Afinal, “Ninguém sabe que coisa quer. Ninguém conhece a alma que tem. Nem o que é mau nem o que é bem. (Que ânsia distante perto chora?) Tudo é incerto e derradeiro, tudo é disperso, nada é inteiro.” Dizem as palavras de Fernando Pessoa. Não sei quanto ao incerto, mas desejo paz de consciência, como em Crime e Castigo. Essa noite faltam 29 dias para meus cumpleaños. Ao longo da minha história de trinta e três anos, hoje, desejo que as noites sejam brandas e os dias, suaves. Não mais esse frio na alma, não mais medo, angústia, palpitação. Não mais ranger de dentes na escuridão da noite. Rogai por nós pecadores, santa mãe de Deus, para que sejamos dignos das promessas do seu filho. Eu creio, Senhor. Ajuda-me na minha descrença. Alimentando um cotidiano inefável. Dizendo ao agora o que já disse antes, por oceanos antropofágicos, sustentando a cabeça erguida sobre o corpo.
Senyals de fum a la tribu Krenac
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Tim Maia