Oscar



Até as coisas novas me parecem velhas. Inclusive esse ator que ganhou o Oscar. Bem sei que a Indústria é a repetição mascarada, muito sutil ou escancarada de velhas fórmulas, antigas estruturas de narração bem sucedidas. Também por isso não tenho medo de ser a repetição de mim mesmo. Talvez por isso, também... Confesso que não assisti ao final do da apresentação da premiação do Oscar. Eu estava ligado no Canal Brasil, vendo um filme argentino Road July, direção Gaspar Gomez. Bom filme. Nada de Oscar. Uma estrada da vida apenas, sem muitos porquês, e naquele momento as questões eram muitas. Um homem leva sua filha (que não viu, não criou, não teve notícias, a mãe morreu, a tia criou, etc.) para morar com uma das avós. Eles rodam a Argentina num Citroën muito antigo. Eles se lançam pelas estradas quase desérticas do país. Apesar de saberem que a viagem vai durar pouco tempo, o que me prendeu foi mais olhar de uma criança feia e desse um moço, ruivo meio gordo, que está se descobrindo depois de dez anos, ou se redescobrindo, através da criança. Eles notam que o necessário não é apenas chegar. Contudo, essa aventura vai mudar o destino deles.

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