que seja vida, Rubens


Que coisa estranha é essa do budismo de abdicar de tudo? Abdicar dos maus desejos. E o desejo de consumo é um mau desejo. E o desejo que me consome é um mau desejo. Há poucos dias do dia do meu nascimento, percebo que é cultural e ritualísco querer ser exaltado e ser exaltado. Esse pensamento que flutua na contracorrente do budismo. As comemorações do budismo tibetano são carregadas de símbolos que constantemente nos lembram o princípio da Inpermanência de todas as coisas. Reprimir o ego e virar um grãozinho de areia no ar tão seco até se confundir com outras galáxias do nosso universo. A busca eterna. Aproveito a hora que não tenho nada, e por hora aprendo o desapego. Não tenho nada, além de muito pouco e quando vejo, esse muito pouco me sufoca, sobrevivendo apenas de silêncio. Imagino que seja alguma maldição chinesa, viver anos assim, preso dentro de mim. Alguma praga pêga de nascença. Calhou de ser o seu lado humano e acontecer na sua presença, através de você e por você a minha grande desilusão. Desde então, madrugada silenciosa. Faça chuva ou não faça nada. Venha o que vier, se nunca também, sempre eternamente. Excerço a Grata aceitação budista. Todos os preceitos esperando o posfácio, aqui, agora.

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