Heuters



Viver é um hábito de consumo!

Como habitar esse hábito? como viver? se o animal que logo somos tem percepção de sua nudez. O filósofo francês Jacques Derrida discorre a nudez do animal, sobre o ser, o ato de existir... e chega ao animal autobiográfico. Vestido, mas consciente nem tanto. Assim, como o brasileiro é um povo notoriamente vaidoso resolvi escrever. Principalmente as mulheres, vão opinar sobre isso, pois verão como são diferentes os hábitos masculinos, como os hábitos são diferentes. Variando com a renda, a idade, a cor dos cabelos, o signo, a estatura, a novela... e por aí vai. Hoje fui às compras, tentando me lembrar da ultima vez que comprei uma peça de roupa. Eu mesmo “faço arte” em cima das minhas camisetas lisas brancas ou de qualquer cor, sempre há uma tinta que combina. O amarelo, por exemplo combina com marrom que combina branco, ponto! as cores do bem-te-vi. E agora que estamos sugando o pop das cores artificiais? será que ainda tem lugarzinho pra mim? Bem, saí sem lembrar qual foi a ultima vez. Gosto das cores chocantes. A Alemanha agora adotou esse estilo nas ruas, ou as ruas adotaram a Alemanha (?) com essas cores para fugir da segregação comunista, cinza muralha-de-chumbo. O fato é que, o Saara continua o mesmo e para isso vale o bom-e-velho káfia (também conhecido como lenço árabe) para proteger o ouvido (pergunte a qualquer mochileiro). No fim das contas, ou melhor, das compras, voltei pra casa com duas camisas xadrez de tricoline, bem old shcool, uma verde outra azul. Isso lembra os garotos do surf na Califórnia (que por sua vez foi influenciada pelos grunjes de Seatle, sua moda cosmopolita é um show de horrores - do fio-dental rosa choque ao turbante muçulmano) que voltaram a usar as roupas dos avôs, anos 30 e seus pais anos 50. Há então quem diga que Old is cool! e nós repetimos em coro! vejam a tricôtagem de nossas avôs (beleza, delicadeza, combinação e equilíbrio) e comparem aos gorros da Virginia Bastos ou da Diva Zappa, filha do Frank e me digam se não é “legal”. Lembro-me que as peças são roupas ou vice-versa, que denunciam seu comportamento consigo mesmo e com os outros que estão ao redor, seu trabalho, sua vontade - de aparecer, mostrar posição social enfim, me olham de cima a baixo e ninguém sabe quem eu sou, as vezes sou jornalista, as vezes sou baiano, pernambucano, bicho-do-mato... não deixe que te coloquem rótulos, mude sempre as etiquetas, compre em lugares onde você nunca foi... China, Austrália, Egito, Indonésia...

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Comentários

Anônimo disse…
É, acabou que virei meio hippie em um certo momento dessa vida(e gostei, aff) por sua culpa.
Trouxe até adereços hipongos pendurados pelo corpo :carrapatos,carrapichos gravetos, unha descascada, cabelo ao vento, calça de três dias, pele meio ocre..e por aí vai.
Descobri mais códigos para o meu eu camaleônico.
Tá, foi legal...
Gustavo disse…
é verdade. Na necessidade a gente descobre coisas, clima frio, muita humidade, pouca humidade, calor, praia, montanha, campo, estrada... acho que estilo é estar preparado para tudo, e depois ainda ir ao biffet da Barilla ou da Ford...
Bacio

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.......................>>> gus
Anônimo disse…
Confeitaria Colombo...

De chinelo, biquini e tals mas com uma bata leaaanda, vermelha (que é a minha cor) com micro flores pintadas a mão, vintage. Cabelo amarrado num arranjo cuidadosamente desconstruído...assim, não tô nem ai...aparado por uma presilha de borboletas amarelas que pertenceu à vovó mineira.
O bom é ser O evento...aonde você vá.
Fabiana disse…
O cru é lindo!
Esqueceram-se disso..Há muito;acredito assim.
O que seria utilizado para cobrir as formas, talvez disformes para os primórdios conservadoristas tornaram-se rótulo, tema, enfoque.
Eu acredito que a essencia basta.
Essencia é personalidade
Essencia apenas.
Gustavo disse…
essência tem acento...
beijos,

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Fabiana disse…
Você sabe que pode dispensar os comentários quando se trata de regras do meu idioma..
Escrevi sem me preocupar com a acentuação..E nem me dei conta de tanto.
Em alemão..podemos discutir depois..
beijos, beijos.

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