Um retrato esquecido de mim, e dos mais lembrados que enfim prevalece – um paradoxo humano. Um lixo e um tesouro, o mel e a merda, o fel e a ferida, a fera que em mim persiste Je suis nègre, je suis une bête. Um homem sem equilíbrio que odeia academicismos, que venera o inculto e o pagão, que se ri num riso de tormenta dos sacerdotes do conhecimento. Ah messieur Artaud, vivo e morto eu estou dentro de mim mesmo, internado, externado, internalizado, entenda. As minhas promessas não dizem nada. Birí birí, birí birí... Raa! Tento novamente que lembrem o homem Bom que eu fui, para me reconstruir, nos momentos de carinho, de afeto necessário, de tanta perdidez, de tanta displicência e de tanto desencontro. Não quero carregar para o túmulo esse estigma de pessoa que não deve ser desse jeito, um barco bêbado, um homem à deriva, um náufrago ensimesmado, um psicótico surtado, um pirata, alguém que carrega as marcas da violência. Não sei, não sei... se a vida retribui na mesma medida como você age com a vida... Restitui esperanças que nunca servem de nada. Joga merda no ventilador. Corre ou nega ou se esconde. Somente as mães se atiram ao sofrimento. Saiba, minha vida muda.


Mal que se vai...

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