carne e osso

Anderson Silva é de carne e osso!


por Carla Ramos*



“Hoje quero lembrar um Grande Aprendizado deste ano que termina: Anderson Silva é de carne e osso. Dizem que a Dor e o Amor são faces da mesma moeda, nos ensinamentos como aprendizes que somos em nossa vida diária. Mas questiono, então: O que será que o Espelho da Vida, lá fora, neste momento, refletiu em cada um de nós, e aqui dentro? Anderson Silva, mesmo sendo um super herói, o “Spider Man“, estava mais para homem gato com tantos renascimentos que teve, apanhando em suas lutas no ringue da vida. Mas, algo nos despertou essa dor nele – foi gritantemente humana – refletiu em diferentes graus em todos nós, pois ele representa assim como o foi o Senna, o ideal do “vencedor” no coletivo atual. A Foto é uma imagem do arquétipo e proponho assim uma reflexão: para se assumir internamente a condição de meros mortais, se utiliza de um mecanismo natural à todos: a projeção que é perigosa no individual, imagina só quando não conscientizada no âmbito do coletivo? Essa é a formula certeira para aniquilar com a essência individual do outro, ao se criar a imagem de invencibilidade e  nesse caso, a um “pobre mortal “que passa a agir sob nossa cartilha, não a individual, mais sim a coletiva!


Socorro! Visivelmente se vê, caso você não tenha fechado seus olhos na hora, que ele é de carne e osso, finalmente, graças a Deus! Nesses momentos precisos que se reforça o aprendizado, por ensaio e erro que, quando a corda estica demais ela rompe. O stress da nossa roda vida cotidiana vem do termo quando o tecido estica muito, daí estressa. Assim como vimos que a pessoa, como nós, pode vir a se quebrar quando há uma exigência sobrenatural externa, que reflete no seu interno. Viver sob grande exigência coletiva, cá entre nós, uma vida numa imagem arquetípica não é leve para nenhum “Ser” por natureza humana: Marlin Moroe, Elvis Presley e Ronaldo “o fenômeno” que o digam. Mas acredito que mesmo o ego ficando bem ferido, pois se quebrou as expectativas e se viu a realidade nua e crua e, até exposta, à nossa frente, pela quebra material do Anderson! Quebra essa não só de um osso físico, mas de uma imagem árdua coletiva, que tal como Atlas, ser levada às costas por qualquer ser humano encarnado: que tem carne e ossos. Mas sinto que isso foi um aprendizado de Amor para todos nós no coletivo, não de forma piegas, mais sim consciente, ao equilíbrio dos opostos.

Então, qual é a mensagem que vem pra nós, neste ano de 2014?
Quem sabe faz a hora… Já faz a hora de descer de pedestais individuais, e juntos no húmus da terra, em atitude de humildade nos dar as mãos, ao nos reconhecer como humano, não só por uma costela de antigamente, mas por uma Tíbia, da atualidade. Falo de uma quebra não de só de um osso individual mais a de uma idealização coletiva: Anderson Silva, você está liberto para viver sua vida, parabéns! Ele em humildade nos pede desculpas por ter nos decepcionado enquanto Nação Brasileira! Socorro! Eu pelo contrário, de coração, o agradeço muito: ele nos preveniu, ao mostrar a realidade nua e crua da projeção coletiva que é atrocidade que se faz com nossos ídolos. Agora, vendo essa fratura exposta, não se tem mais desculpas, para ainda inconscientes se cantar, ao som de Cazuza, que todos morreram…
Mas, esse pelo menos foi salvo, a tempo, de nossa overdose… 


Carla Ramos é Psicóloga Junguiana, especialista em Marketing e Propaganda. Realiza o Programa “Saúde com Vida” em Saúde Individual e Saúde Coletiva Sustentável. É colaboradora da coluna Mulheres Autênticas escreve sobre como o olhar simbólico da psicologia analítica pode contribuir para o entendimento da roda viva contemporânea diária.

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