pra que serve a dor? que faz o deserto tão sozinho...?



Eis que cada um só, e cada um eis cada um - completude que nos une pelo pedaço de planeta em que vivemos - parte orgânica do Todo. Só cada um sabe lá o que é o que sabe e quando flutua vagamente na lembrança comum deserto de anos, meses ou minutos ou segundos indecifráveis que ao mesmo tempo são eternos, pois o eterno existe e é só e é de cada um e é de dentro que se descobre o mundo afora trocando tons pelo céu, trocando sentimentos entre frio e calor, tanto interior quanto selvagem. Então o animal repousa e isso vai além de um pressuposto da contemporaneidade que firma, estabelece, fundamentar afirmar, convenciona, decreta, define, legisla, aponta, ordena, estabelece, designa, implanta, concebe, baseia-se em documentar e declarar uma velocidade que liga Buenos Aires ao Japão. O City Bank de Nova York impede que os importadores Europeus deixem de pagar títulos podres argentinos antes de comprarem qualquer mercadoria argentina. Decreto judicial. Tudo anda na sua ordem e Deus continua vendo tudo além das estrelas e... O que mais se foda e assim só por hoje eu não quero mais sofrer, só por hoje não vou mais me machucar, não sei onde estou indo, aprendi a viver, não quero me esquecer que algumas poucas 14 horas quase joguei minha vida inteira fora. Não. Dê-me uma dádiva fatal. Certo que no fim ninguém sai vivo daqui. Não. Não se iluda que o tempo passou. No deserto o tempo é uma constante e o passado não existe realmente. As relações do humano com a arte transcendem os limites do estéticos processos vividos. Isso implica uma ruptura de Lacan com a noção de significante da linguística estrutural, haja vista que nesse campo o significante exclui o real. É a crítica de Lacan a Saussure do Curso de Linguística Geral, pois o mesmo funda a linguística no campo da ciência excluindo, necessariamente, o real. Para introduzir o real no significante Lacan remonta uma tradição estóica que reflete Santo Agostinho, em que o  significante deve ser estruturado em termos topológicos: “o significante é primeiro aquilo que tem efeito de significado, e importa não elidir que, entre dois, há algo de barrado a atravessar”. Envolver-se no problema fundamental "homem-mulher", negando o abismo do antagonismo, a necessidade , de uma tensão perenemente inimiga entre os dois sexos, sonhando direitos iguais, educação igual, aspirações iguais e mesmos deveres — é o indício certo de mente superficial e de um pensador que se mostrou superficial frente a esse escolho perigoso — superficial no instinto! — pode, circunstanciadamente, ser suspeita, antes de ter se revelado, traído — provavelmente em todas as questões fundamentais da vida, mesmo na vida futura, será sempre curto e as profundezas não lhe serão acessíveis. Por outro lado, um homem profundo no espírito e também nos seus apetites, mesmo quando possua aquela profundidade da benevolência .que facilmente se troca pelo rigor e severidade, pensará a mulher sempre segundo os orientais! deverá concebê-la como sua propriedade que terá direito de manter sob chaves, como algo predestinado a servir e que no servir atinge a própria perfeição — apoiando-se nisso à imensa racionalidade asiática, a superioridade dos instintos asiáticos, como já fizeram os gregos, os melhores discípulos e herdeiros da Ásia, os quais, como é sabido, desde os tempos de Homero aos de Péricles, fizeram caminhar com o progresso da cultura e acréscimo de vigor, o rigor para com a mulher, isto é,orientalizaram-se sempre mais. E isso foi necessário, lógico.

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