Em minha boca, esta fórmula metamorfoseia-se em seu inverso...
- Primeiro exemplo de minha "transvaloração de todos os valores": um homem bem constituído, um homem "feliz", precisa empreender certas ações e fugir instintivamente de outras, Ele insere em suas relações com os homens e as coisas a ordem que apresenta fisiologicamente. Para exprimir através de uma fórmula: sua virtude é a consequência de sua felicidade... Uma vida longa, uma rica prole não são a paga pela virtude. Ao contrário, a própria virtude repousa sobre aquele retardamento do metabolismo que, entre outras coisas, tem por consequência um a vida longa, uma rica prole, ou, resumindo, o cornarismo. - A igreja e a moral dizem: "O vício e o luxo levam um povo ou uma raça à aniquilação". Minha razão reconstituída diz: se um povo perece e vai ao fundo, se ele se degenera fisiologicamente, então seguem daí o luxo e o vício (isto é, a necessidade de estímulos cada vez mais intensos e cada vez mais frequentes, tal como os conhece toda e qualquer natureza extenuada). Este homem jovem empalidece e murcha precocemente. Seus amigos dizem: tal ou tal doença é a causa. Eu digo: o fato de ele ter adoecido, o fato de ele não ter se oposto à doença, foi justamente o efeito de uma vida empobrecida, de uma extenuação hereditária. O leitor de jornais diz: este partido está a caminho de dissolver-se com um tal erro. Minha política mais elevada diz: um partido que comete tais erros está no fim - ele não possui mais sua segurança instintiva. Todo e qualquer erro, de toda e qualquer espécie, é a consequência de uma degradação do instinto, da desagregação da vontade: quase se define com isso o que é ruim. Tudo o que é bom é instintivo. - E, consequentemente, leve, necessário, livre. A fadiga é uma objeção, Deus é tipicamente diferente dos heróis (em minha linguagem: os pés leves são o primeiro impulso).
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