Madrugada
A madrugada é perfeita, não é? Faz silêncio e todos dormem. As vibrações e projeções mentais, energias incongruentes, pensamentos conflitantes descansam à essa hora. É hora de preservar o descanso físico. Algo insiste em causar-me inquietude, depois de anos em busca de conforto mental. Dedicando-me a não ser mais um Sísifo preso à uma tarefa inglória. Nunca tive a intenção de mudar o mundo, mas de vasculhar cada gaveta da alma, minha alma, alma humana. Procurando além do pessoal subjetivo ao que é universal e paradigmático. Encontrei paradoxos pelo caminho. Presenciei conflitos íntimos, dicotomia. Fui avaliado e julgado por dualismos e enfim, uma luta maniqueísta entre o Bem e o Mal. Hoje desconsidero muitas coisas que não me ditas diretamente, mas foram ditas a meu respeito. Não tenho nada à provar e reprovo qualquer maledicência dita em anonimato. Vivemos em uma democracia falha de uma ética básica que deve surgir do próprio povo. Emanar como energia algum vínculo - um sentimento de união. Mas o que vivemos é uma infinitude de pequenas realidades individuais Vivemos dentro de nossos pequenos circuitos, com hábitos e trajetos repetidos, e chamamos isso de mundo. O mundo é muito maior do que nosso cotidiano e eu quero ir além. Já vi e vivi coisas que gostaria de esquecer, mas não dá. Já estive em situações e lugares que ninguém gostaria de estar, e talvez ninguém nunca esteve, e eu presenciei e tive impressões singulares. Terríveis e únicas. Ainda sim, quero ir além.
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