me diz agora
Eu nem sei por onde começar, mas começo assim como se
termina: com ponto final. Dor no peito tantos sentimentos que eu abafo que devo
estar criando, ou melhor, destruindo e gerando algo de ruim dentro de mim. No
meu corpo, entende? Faz tanto tempo eu não beijo na boca, não trepo, digo, essa
coisa santa que é o coito. Quanta vontade de amar de novo. Sabe, sem nada a que
me apagar. Te digo que é horrível, creia. Eu escrevo porque não tenho voz. Sou
mudo. Mas dedico minha vida e esse... esse vômito todo (no mal sentido) ao
Poder Superior da forma que eu compreendo e aceito. Acho que ele lê as palavras,
ele entende que é como um vômitim de criança, nenemzim. As ilusões se acabam.
Contudo isso é bom, percebe? Porque daí começo a “ver” a realidade. Se é que
existe uma realidade. Realidade são várias, eu sei, ou as minhas verdades. Todo
indivíduo é tentado a escrever seu próprio manual de felicidade, pessoal e
subjetivo. Eu até acredito em felicidade. A felicidade espinoziana.
Paz não é a
ausência de guerra. É uma virtude, um estado mental, uma disposição para a
benevolência, confiança e justiça.
E continua muito além.
Felicidade não é o
prêmio da virtude, mas a própria virtude; e não gozamos dela porque reprimamos
os impulsos viciosos, mas pelo contrário, porque gozamos dela, podemos reprimir
os impulsos viciosos.
Portanto não chore, não seja inconveniente. Entenda. As
pessoas condenam aquilo que não entendem, não compreendem. Vício do
estruturalismo. Essa necessidade de se preservar, de se afastar do “mal”. Eu
mergulhei fundo no lado negro de mim mesmo. Atravessei centenas de abismos. Um abismo
puxa o outro, não é? Vivenciei cenas bizarras, sórdidas. Procurei algo qualquer
que fosse pior do que ruim. Achei um homem Bom. No fundo eu sou um sentimental.
Aquilo que Kant escreveu sobre essas formas de Belo. Posso te dizer uma coisa? O
caminho é longo. Não tome atalhos, não busque o caminho da curiosidade e não haja
por impulso. O abismo é cruel, lodoso, sujo. Viva uma sua vidinha sem se preocupar
com (diga você). Porque agora vemos em enigma por espelho. Mas um dia veremos
face a face por inteiro.
Deus, perdoa.
Deus, perdoa.
Ovelha perdida da
casa de Israel.
Comentários
papagaio resolveu abrir a mão e soltar a letra, entoando como nunca:
ex cepcional corinthos, amém spinoza: vos amo