Como duelar com a Modernidade

Falamos do áudio, agora falemos do visual e da facilidade de interface entre novas e antigas tecnologias (ou mídias). A facilidade em captar uma imagem ultrapassou os limites de uma câmera fotográfica. A câmera com filme (ou “película”) se digitalizou e fomos forçados, paulatinamente, a aderir a ela. A princípio por sua facilidade de interface com o computador que já fornecia qualidade e resolução para impressão gráfica. Sofreu queda astronômica de preço, em comparação a oito ou dez anos atrás, e se popularizou (inclusive pela facilidade de interface, seja para uso doméstico ou profissional). Veja que as fontes começam a se inverter, a se rebelar contra seus criadores causando pequenas revoluções já esperadas. Celebridades são fotografadas pelos paparazi ou por qualquer pessoa que tenha um celular com câmera. Assim, tragédias já foram filmadas ou fotografadas em celular - o caso de 11 de setembro.
Hoje existe um festival de filmes feitos em celular. O festival exibe filmes de um a dois minutos, ou menos de um minuto. O artista que queira aderir a esse meio de expressão deve ao menos achar possível ser criativo em menos de dois minutos. O tempo é curto e a resolução ainda é baixa, mas a indústria já está se encarregando de aumentar esses números. Eu diria que é possível, em um curtíssimo espaço de tempo, se expressar. Mas digo também que deve ser necessária (além de todo o necessário para uma criação) muita rapidez, assim como caminha a Modernidade. Somos apenas figurantes dessa modernidade. O abismo que nós diferenciava (capacidade de abstração, de construir um raciocínio lógico) dos animais e das máquinas não passa agora de um barranco.
Vejamos o caso das TVs digitais. Em minha casa não temos uma TV digital, portando para receber o sinal a cabo, que já é digital, é preciso usar um modem que decodifica esse sinal digital para uma TV analógica. Veja que a tecnologia avança antes da capacidade de assimilação da sociedade.

Comentários

Gustavo disse…
Caiocito,
Notou alguma diferença para os outros textos de mesmo(?)título?
Abraço,

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Liberté disse…
dentre mp3, 4 e o mobile, o fato é que aos poucos vc se adapta e conquista mais uma forma de se comunicar. Cada um ao seu tempo e sua necessidade. E legal incluir a onda nextel de cel - cps. Muito utilizado para comunicação entre pp e emp. alem de possuir modos mp3, 4.
é isso ai, na minha opinião o brasil está demorando em modernizar e variar sua emissão radio.
Anônimo disse…
Som, audio e imagem. Nao conseguiremos acompanhar nunca. Você nao falou dos blogs. Nietzsche dizia que a nossa civilização nunca mais vai gozar a plenitude de uma descoberta, perdemos o habito de ruminar. engolimos por inteiro.

respondendo:
Eu pensei nos três textos como um todo. O homem nao vive a modernidade, não dá tempo, ele apenas está nela. O homem perde essa capacidade de ser. Tempo/ser - espaço/estar. Apenas estamos, vivemos na era newtoniana, quando tempo e espaço eram pensados como entidades separadas, absolutas, Eisntein depois provou que o tempo so existe com o espaço e vice-versa (espaçotempo). A modernidade então separa o homem dele mesmo, quebrando o paradigma einsteniano.

Sou pouco retórico nesses assuntos. Mas os biscoitos de morango nao contém morangos.
Gustavo disse…
Caio,
Micro-tempo. Pensei q vc pudesse falar sobre os blogs, com referência naquilo q falamos.
Está aberto o espaço.
Abraço.

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