delírio
Desde então faço esses tsuru e desde então me sinto a voz deste papagaio mudo. Um pouco nu, o andar, de fato, mas já imaginou o espaço que sobra para o sonho? não um sonho de mobílias, doméstico, conjugal, quinânico, contando angustiadamente os tostões que faltam para uma escrivaninha ou uma cômoda, mas um sonho tout-court sem metas nítidas ou objetivos definidos, cuja forma varia e cuja tonalidade muda sem cessar. Um sonho de além mar. Desde então, às noites sinto frio. Ao amanhecer sinto a flacidez do travesseiro. O calor dos lençóis me tira da cama, ainda em sonâmbulo delírio. Esta casa, cara amiga, é o deserto de Gobi, quilômetros e quilômetros de areia sem nenhum oásis, e o silêncio, minha boca fechada sobre os dentes amarelos dos camelos.
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Comentários
Um beijo!
Bom dia!
acordes da harpa da sereia
Um beijo!
blim...bleim...blim...blaum
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por isso a lenda dos desejos...
bjos
o princípio de tudo é a amizade.
beijos,
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