Escrevo para aprender
Pergunte a minha amiga Bruna Gil como o mundo funciona. Isso, se ainda não tiveres feito a sua cirurgia moral. Ela poderá te diagnosticar com suas palavras, talvez. Escrevo para não morrer aniquilado, esmagado pelo peso dessa tragetória. De dia, de noite, a marcação das horas. Um lamento ritmado, o compasso de uma ladaínha flamenca, chôro e lágrimas. Deixemos, então, as águas idas, meu bem, não saber como o mundo funciona, um mundo sem clichês onde ninguém se apaixona. Ah, como era bom o seu carinho derrete em minha boca essa lembrança. Tão linda assim, pura posia e nos olhos a graça que somente eu podia. É que ando nostalgico faz tempo e o pulso, infelizmente, ainda pulsa. O coração bombeia para o cérebro o sangue e o cérebro manda de volta em palavras. Eu ainda bato nessa mesma tecla, tentando acessar um arquivo que se perdeu. Então, sou exatamente igual quem me persegue. Sou um fantasma assim com você é um fantasma em minha vida. Somos fantasmas um do outro e quanto aos outros, quem são? Somos apenas fantasmas. Uma retórica acadêmica? quem somos nós, afinal? quem é você? diga, ou serei obrigado a dizer? Seria você o que eu penso? ou não apenas o que eu penso? Escrevo ao som da Bachiana n.5 do Villa. A solista canta em português, o que me lembra um fado. O que seria de nossas tristes e corrosíveis, chatas e cansativas saudades, chôro de amor, não se sabe, além de um grande efadonho fado? O que seria, eu te digo, é o que se sabe, é o que se vê, é o que está sendo, é o que hoje se assegura, sozinho sim, com seu fantasma e sem você.
Comentários
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pedaço por pedaço
juntando os próprios ca
cos
poderoso artefato
do que sobrou de mim
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E sigo...
uhu.
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