super time
Escrevo, independente de qualquer forma. Preso na gaiola, escrevo. Como preencher melhor planejado os discursos e estruturação de idéias, com prazo. Por isso quase arredondado, já deve estar pronto para rolar, rebater, girar, como a terra. Perdido no globo que não me encontro. Aproveitando o espaço para descartar o lixo que enjoa. Enjoa-me a voz do William Bonner, esmo assim eu assisto. Construindo um atalho de perdão, esquecimento, ódio. Onde caminha o amor, caminha também o ódio, em lados bem próximos. Pior é perder o rumo das próprias vontades, destruir a imagem dos próprios sonhos, vandalismo. Um tango rasgado com sangue e seu perfume naquela blusa, tempo rasgado. Incapaz de superar a si mesmo, de seguir e sonhar outra vez. Cabeça minha, começa uma transformação. Negação de toda dor que as questões existenciais (dor física) e filosóficas, causam. Indagações sobre a idade da razão. Trintão, ou trintinha, depende. Acabou-se a juventude e eu, tardiamente descobri isso. Mesmo que nesse tempo não tenha deixado de evoluir, ler, aprender, mesmo que aos tropeços, mesmo que aos trancos. Um poeta opina sobre a própria sorte. Morte é uma palavra sombria, contudo fala a verdade quando é renascimento, recomeço. Uma oportunidade se toma, como um bom cálice de vinho do porto. Depois da refeição, depois de uma dança, depois do marido e a mulher, depois de trinta anos de casamento. Escrevo porque café pequeno. Feito de benefícios, trator amarelo, as benfeitorias. Pos fogo nas manchetes do jornal. Fugiu nas páginas policiais. Saiu do Brasil de navio. Compondo as minhas proposições, propondo às minhas divagações algo além do éter, a matéria metafísica. Escrevo meu tratado de paz comigo mesmo. Escrevo. E você nem vai perceber, mais rápido do que eu pensava.
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Comentários
kusse
dói aos jovens seu aforismo...
ostra saudável não faz pérola"
Küsses,
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