Escrevo dentro de um círculo oval, um território. O pior labirinto é o labirinto em linha reta. Instantes imemoráveis. Já não desejo guardar memórias. Minha memória não é amor, mas hostilidade. Ela trabalha não para reproduzir, mas para afastar o passado. Há um devir animal na linguagem. Escrevo como um homem que prendeu a balbuciar. A loucura de nossa vontade de falar se manifesta através do corpo todo. Ouvir por dentro. O aspecto psicológico de estar sozinho. Escrevo para os analfabetos, escrevo para os idiotas. Pessoas pensam que escrever é a historinha de cada um, arquivos de família, escritos de criança, um caso de amor.... Um eterno lamento sobre a castração, sob os olhares da psicanálise. O inconsciente não é teatro, e sim, uma fábrica de construção de desejos. Todo desejo não é vontade “eu desejo uma moça” etc. Todo desejo é um agenciamento, um conjunto, um território, uma região. A cena em que tal pessoa deseja tal moça. O delírio-família, o delírio-homem, o delírio-objeto, o delírio-abstrato. Todos deliram o delírio-mundo, todos deliram. Eu crio, eu fabrico, eu problematizo, eu dou fim aos meus desejos quando coloco a palavra assim enfileirada tal qual o vil metal da espada.
__ O que é isso? Parece um riacho pouco profundo. Sou eu.
Saio do meu pequeno mundo e o primeiro ser que encontro, que me encara nos olhos, é um pequeno cachorro branco com ares de malvado. Sim, ele estava ali sozinho porque sabia que eu faria o mesmo caminho de volta, esperando seu bando de vira-latas vagabundos. Já é tarde da noite quando esses vigaristas se põem a vigiar sua linha de território. Mas, até os cães dormem. A tarde caiu rosa, brancas nuvens brilhantes despejaram cinza sob a luz do dia, e o sol se foi.
__ O que é isso? Parece um riacho pouco profundo. Sou eu.
Saio do meu pequeno mundo e o primeiro ser que encontro, que me encara nos olhos, é um pequeno cachorro branco com ares de malvado. Sim, ele estava ali sozinho porque sabia que eu faria o mesmo caminho de volta, esperando seu bando de vira-latas vagabundos. Já é tarde da noite quando esses vigaristas se põem a vigiar sua linha de território. Mas, até os cães dormem. A tarde caiu rosa, brancas nuvens brilhantes despejaram cinza sob a luz do dia, e o sol se foi.
A espera é como gozar com vontade de mijar – você agüenta por um proveito maior.
Comentários
olhar nos teus olhinhos e compartilhar um pouquinho de todo entusiasmo e vontade que sinto agora.
DORO-TE
b
Também aguardo seu carinho.
Adoro-te mais que posso expressar em palavras, anjo meu.
Um beijo doce,
Gustavo
O Gusytavo escreve de forma diferente e ainda bem!
Votos de bom domingo.
Obrigado pela visita.
G.J.
Gaspar,
Obrigado pelas palavras e visitas.
Abraços,
Gustavo