ataque nervoso
Pura mistura
Um cachorrinho nervoso me dá a impressão de ter o cérebro bem maior do que o crânio. Um cérebro tentando se expandir. Enfrenta a mutação genética pela qual nós, humanos detestáveis e insalubres, criamos para satisfazer nosso ego e nosso gosto pelo belo, e transformá-lo em um canis lúpus bizarro e ordinário, um ser vivo. Não por estar em ordem, nem tampouco por ser absolutamente inadequado, inadequado à tentativa de criá-los dentro do armário (ou na varandinha) e eles defecam naquela posição dorsal e côncava... envergonhados. E alguns olham de lado evitando nosso olhar. Esses pequenos querem explodir quando se vêm confrontados com sua ancestralidade perdida. Mas tudo é simplesmente. A nossa apreciação do belo pode se candidatar aos aspectos mais inusitados. É como se se identificassem na rua e quisessem bater um papo. Um farejando a rua outro dentro do carro. Tantas raças que são a mesma raça, na excentricidade de tanta diferença tal como cada a venera, admira, e por sinal até os ama (por mais subjetivo que me caiba citar esse verbo) como membros da família que agem, mas não falam, latem quando muito. Muito e muitas vezes são como pessoas. Dono de seus donos sem serem donos de si. Seu lar é uma espécie metafísica de abandono poético entre a distância abismal da matinha e o apartamento de dois quartos, sala banheiro e cozinha. Todos eles voltarão à água e se tornarão lindas espécies de peixes a digladiar devorar e serem devorados, quando a Terra virar Água. Não restará nenhuma mágoa por termos tê-los transformado em bichanos mimados ou "a mais ou menos original e louca mistura de vira-latas"
Comentários
Foto linda desse pretinho!
saudades das suas postagens, fazem falta!
Gostei do teu texto e muito do Paulo Autran!
Sensacional
Abraço
Gi :)
rs Ah Gus, sou comprometida... rs
beijos!
o post e os comentários.
>ºOº<
koala
>>º°<<
gato malvadão