Noites Adentros
NOITE DAS DAMAS DECADENTES NO BAR de uma senhora árabe. Fragmentos da Semana-Trem-do-Horror, dias e noites dominados pela angústia, embriaguez, medo, desespero e saudade. Saudade essa que eu não aguento. O que há de errado no gueto? Conheci o filho do espala. Talvez a mesmice... talvez. De repente estamos cercados de todas as damas decadentes do bairro. Aparece uma amiga-por-acaso para compor o cenário, a Bailarina. Veio de outro bairro e logo ela se ela se transformava numa delas. Sem parecer q eu esteja enciumado, mas ela caiu na conversa do primeiro rapaz q chegou perto dela e logo já cantava no coro das desesperadas, fez da noite suja parecer ainda mais suja e assim desapareceu de repente. Cantamos em uma só voz nossa loucura. Prazer, ódio, dor, rodopio, vai além. Sobramos nós, estranhos, na mesa vazia da calçada-dos-que-se-foram. Uma mulher em crise não sei porque, a outra com os olhos mais tristes que eu já vi, uma tristeza infundada, uma tristeza viciosa, uma tristeza que não quer sair de si. Vou com ela e as outras até o Sopa Carioca. Última cerveja, última cachaça, meio PF, e manda meio também pro mendigo que tá dormindo aqui do lado.
Weisse Katze
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