Noites Adentros

HORROR COMEDIDO AQUELA noite no H.P.S em um subúrbio qualquer da cidade. Eu não podia imaginar que estaria ali vendo aquela cena de sangue. Um homem completamente embriagado tinha um buraco de bala na canela e seu irmão, policial militar em trajes comuns, puto de ver aquela cena. O outro, dentro da sala de sutura já havia levado mais de duzentos pontos. A senhora velha choramingava enquanto alguns meninos planejavam se vingar de quem agrediu seu amigo. Emergência! Emergência! E saem todos os médicos correndo para atender alguém que chegou pior do que eu, daí não sabemos quando vamos ser atendidos... O meu caso era o menos grave, apenas um corte no lábio causado pela insensatez de Valentina. Chamaram o médico de plantão. Veio uma doutora me atender que havia acabado de despertar. Que sorte eu tenho. Não queria ser atendido por um daqueles carniceiros que já haviam costurado a noite inteira. Isso já eram quatro ou cinco da manhã. A bela doutora recém despertada me tratou com a maior delicadeza... Aplicou uma pequena anestesia local e suturou o meu lábio. Difícil foi explicar para ela como aquilo aconteceu. Ninguém toma uma patada na boca por acidente. Valentina estava indiferente. Uma heroína sexual dos quadrinhos não se choca com esse tipo de cena. Fria e dura como uma pedra. Depois desse dia passei a ver que nada a sensibilizava além dela mesma, além de suas próprias fraquezas, que ela tenta esconder mas não consegue. Foi assim que, tentando procurar o motivo dessa violência e complexo sem nexo, me perdi, no labirinto do seu cérebro.
weisse Katze

Comentários

Anônimo disse…
Ta fodasso o blog!
Viu como eu lembrei dessa vez?
Depois quero te passar uns textos meu...
abraco

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