Perfil
ao lado Conjunto Habitacional I.A.P.I.
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Marília Ferreira de Freitas é professora de História formada na antiga Fundação Belo Horizonte, atual UNI-BH, e leciona em Contagem. Estudou da 1ª à 4ª série no colégio Silviano Brandão e em seguida no Monte Calvário, instituição administrada por freiras. Hoje em dia seu meio de transporte é o ônibus mas guarda boas lembranças da época em o pai circulava em um Ford, modelo 28, relíquia que ainda hoje é preservada pelos irmãos. O carro é motivo de orgulho da família que é uma das mais antigas do bairro, família Marcelina, assim como os Vaz de Melo, a família Morici de origem italiana e família Sampaio que fazem parte da tradição da Lagoinha.
Dona Marília é órfã de pai e mãe, católica, tem uma filha, o avô veio de Catas Altas morar em Belo Horizonte. Na época em que, segundo ela, em sua casa havia fogão a lenha e as casas eram como chácaras espalhadas entorno do conjunto IAPI. No início da construção da cidade havia situada ali uma lagoinha que acabou dando nome ao bairro.
Ela se recorda da sua juventude e do comportamento das pessoas na época em que a Lagoinha fazia parte, senão centralizava propriamente, a zona boêmia da cidade. Lembra-se e uma época de serestas e serenatas em que os jovens tocavam violão na porta das casas. " O bairro era de ‘pinguços’ e prostitutas" afirma, "mas eles respeitavam a vida diária das pessoas que moravam ali. No bairro haviam repúblicas de estudantes que vinham do interior para cursar Cefet ou Federal. Havia também república para moças e uma ou duas pensões próximo à rodoviária." e completa "...Aquele tempo era a época do lendário Cintura Fina e da Loira do Bonfim (cemitério do Bonfim) que muitos disseram ter visto. Seu tio, que era oficial do exército e músico da banda marcial, tocava no clube Montanhês e chegou(pasmem) a acompanhar o mestre do baião, Luís Gonzaga. "Minha tia vestia-se de homem ocasionalmente para vigiar meu tio, onde ele complementava a renda tocando com muito prazer" diz ela. "Era uma vida alegre, difícil, sofrida mas quase idílica na década de 60"
Dona Marília nos conta que desfilou Canto da Alvorada, bloco carnavalesco do bairro Lagoinha, e lembra outros como o Bloco dos Caricatos, de Santa Teresa e o Boca Branca, da Floresta. "Nos bailes do Fluminense (clube) pulava-se carnaval de sandálias Havaianas" relembra. Lembra também das ruas de calçamento, das procissões, do único ônibus, do bonde, e a memória lhe traz devolta a lembrança da "casa da loba", uma casa residencial, assim chamada por ostentar, esculpida na eira, a cena clássica de Remo e Reno, mito de criação de Roma.
O que mais contrasta com o mundo de hoje é a cordialidade quase pueril dos chamados "anos dourados" é o que nos conta essa senhora de 50 anos e há 50 anos nascida e criada no Bairro da Lagoinha.
Dona Marília é órfã de pai e mãe, católica, tem uma filha, o avô veio de Catas Altas morar em Belo Horizonte. Na época em que, segundo ela, em sua casa havia fogão a lenha e as casas eram como chácaras espalhadas entorno do conjunto IAPI. No início da construção da cidade havia situada ali uma lagoinha que acabou dando nome ao bairro.
Ela se recorda da sua juventude e do comportamento das pessoas na época em que a Lagoinha fazia parte, senão centralizava propriamente, a zona boêmia da cidade. Lembra-se e uma época de serestas e serenatas em que os jovens tocavam violão na porta das casas. " O bairro era de ‘pinguços’ e prostitutas" afirma, "mas eles respeitavam a vida diária das pessoas que moravam ali. No bairro haviam repúblicas de estudantes que vinham do interior para cursar Cefet ou Federal. Havia também república para moças e uma ou duas pensões próximo à rodoviária." e completa "...Aquele tempo era a época do lendário Cintura Fina e da Loira do Bonfim (cemitério do Bonfim) que muitos disseram ter visto. Seu tio, que era oficial do exército e músico da banda marcial, tocava no clube Montanhês e chegou(pasmem) a acompanhar o mestre do baião, Luís Gonzaga. "Minha tia vestia-se de homem ocasionalmente para vigiar meu tio, onde ele complementava a renda tocando com muito prazer" diz ela. "Era uma vida alegre, difícil, sofrida mas quase idílica na década de 60"
Dona Marília nos conta que desfilou Canto da Alvorada, bloco carnavalesco do bairro Lagoinha, e lembra outros como o Bloco dos Caricatos, de Santa Teresa e o Boca Branca, da Floresta. "Nos bailes do Fluminense (clube) pulava-se carnaval de sandálias Havaianas" relembra. Lembra também das ruas de calçamento, das procissões, do único ônibus, do bonde, e a memória lhe traz devolta a lembrança da "casa da loba", uma casa residencial, assim chamada por ostentar, esculpida na eira, a cena clássica de Remo e Reno, mito de criação de Roma.
O que mais contrasta com o mundo de hoje é a cordialidade quase pueril dos chamados "anos dourados" é o que nos conta essa senhora de 50 anos e há 50 anos nascida e criada no Bairro da Lagoinha.
Weisse Katze
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