Pierrot le Fou
Sair pela tangente. Nessa casa reina um clima de tensão. De tragédia anunciada, barco abandonado. Quero a solidão total: estar sozinho em local ermo. Descompassado, calmo extra-sonho. A vida exige que eu haja. A lua crescente sorri seu riso mais sarcástico. Hoje é só adeus e nada. Um nada que fica cada vez menor e menor até virar símbolo e morrer. Uma miragem, um cartão postal guardado na gaveta. A mais fina desesperança, a elegância com decadência porque grudou em mim, quando acaba sozinho até o último resvalar do sino. Nesse carnaval sou pierrot sem rumo, arlequim maltrapilho e maltratado. Escrevo a você, embora nem saiba se você me lê. Para continuar a construir meu ego. Ajuda a juntar os cacos de menino. Lugar-comum transforma, contradiz afirma, reafirma e re-contradiz o impacto energético da palavra amor. A ridiculeza se acomoda no tema, pergunte ao pó. Um vulto, da bruma se apresenta e depois se desfigura em mil pedaços. O que era tangível. Em cada chôro que dói pequeno, despejo uma enxurrada de miasmas no rio caudaloso dos recuerdos. O esvaziamento me deixa carente. Linhas mais curtas, palavras mudas. Acreditei e acredito que erramos por nossa pura inocência. Agora sou um pássaro livre fora da lei (Vogelfrei), mas minhas asas estão molhadas dessa madrugada chuvosa. Coisas duras e ridículas q ouvi de meu pai. Um período turbulento, cheio de sins e de nãos e nenhum talvez. Firme, inflexível e maquiado de alegria.
Por aquelas bandas eu era o estrangeiro, visado, peixe-espada fora d’água, mancebo, playboy. De camarote víamos tudo. O bêbado passarinheiro de voz tonitruante, as mulheres tresloucadas, os drogaditos. Ô mundo, por ironia me conduziu por esse terreno que para mim foi um verdadeiro e obscuro trauma.
O gato vira-lata comeu a cabeça daquele lindo passarinho de bico vermelho. Aquele que ganhamos para nos trazer sorte. Sorte ou azar? Que importa esse dualismo? Eu sabia, depois disso, que nenhum mandarim faria alguma mágica por nós. Depois daquela briga decretou-se o jamais. Mas corre o fio da palavra e a cor da tinta continua. Se há alguma coisa de comum, se eu morrer vou ser mais um ou menos um. Depois daquela despedida de filme policial decretou-se o "pra sempre jamais"...
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Por aquelas bandas eu era o estrangeiro, visado, peixe-espada fora d’água, mancebo, playboy. De camarote víamos tudo. O bêbado passarinheiro de voz tonitruante, as mulheres tresloucadas, os drogaditos. Ô mundo, por ironia me conduziu por esse terreno que para mim foi um verdadeiro e obscuro trauma.
O gato vira-lata comeu a cabeça daquele lindo passarinho de bico vermelho. Aquele que ganhamos para nos trazer sorte. Sorte ou azar? Que importa esse dualismo? Eu sabia, depois disso, que nenhum mandarim faria alguma mágica por nós. Depois daquela briga decretou-se o jamais. Mas corre o fio da palavra e a cor da tinta continua. Se há alguma coisa de comum, se eu morrer vou ser mais um ou menos um. Depois daquela despedida de filme policial decretou-se o "pra sempre jamais"...
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Comentários
comente meu texto.
Danke shoen
Gustavo
"A lua crescente sorri seu riso mais sarcástico. Hoje é só adeus e nada. Um nada que fica cada vez menor e menor até virar símbolo (d)e morrer"
coloquei um "d" desculpe.. aquelas coisas, nao mecontive. coisa de editor.
no decorrer vc muda de proza poética para cronica. Já nao vira simblo, mas fato.
Je Je Je
abrazoz
ps: O Joe gostou do Layout.
Katze
Engraçado como você faz poesia travestida em verso; eu até prefiro.
abraço.
...esse trecho me fez lembrar das vezes que entrei em conflito comigo mesma.