nook boy
da servidão humana
Houve um tempo em que preferi a dor ao amor. Os epicuristas, a síntese de Hegel, assim como a Ética de Spinoza (da servidão humana, Mildred) me ajudaram a superar tudo isso. A inexorável síntese, que um dia chega e tudo passa. A prudência é uma solteirona rica e feia cortejada pela Incapacidade. Difícil é o ciúmes, a saudade. Difícil é seguir sem ter o que seguir, sem saber o que seguir, sem imaginar ou sonhar, sem projetar o que te espera. Mesmo assim, vou para um novo mundo. Toco umas punhetas, escrevo, vejo esse mundo virtual, tomo banho, fumo, bebo café, mais um cigarro. Ontem fui ao cinema sozinho. Um caso curioso, as pessoas só gostam de mim porque eu pareço com o Brad Pitt. Até agora mostrei somente o meu desejo de ser, pois ainda vasculho onde eu buscava – no sexo, no amor, em alguém completando esse cenário, filhos... O cenário foi muito limitado. Não vi que, além do encontro entre duas pessoas, havia o mundo. Havia a biologia do amor e a tristeza da razão. Devo revelar que não gosto muito de gente. Como poeta, tenho interesse por pessoas, tenho interesse em saber suas histórias, seus enredos e como os contam. Há narrativas que inebriam, há outras que entediam. Ouço histórias em que tenho que garimpar palavras, apreender um dialeto para entender o que dizem, para construir uma imagem. Cada experiência é repleta de novas sensações. Uma vasta paisagem em cada pessoa. Deixei de fazer longas linhas de planos. Meus planos são íngremes. Morro de saudades. Não cultivei amizades. Há muito tempo não era feliz. Vôo no branco da sua consciência. Eu quero um remédio pra curar essa dor. Eu quero um 38 pra matar esse amor. Cantarolando um drama mexicano. Sim, é uma merda. São, somos, verdadeiros casos de obsessão um pelo outro e pelo outro. Juntando todas as peças, resta cada fragmento de mim, água de rio, mas a água do rio é suja. Amor bandido, mas o bandido, no caso, era eu. Bebendo água de chuva, bebendo água do rio. Elucubrando, enquanto as meninas escrevem suas historias. Uma de faroeste, outra do beijo na boca. Sonhos que preenchem os vazios. É ruim, mas é o jeito. Um carnaval de sentimentos desencontrados, mascarados e inúteis. Como chutar cachorro morto, exatamente isso. Estamos mortos, uns para o outro. Absorto, cada um engendra sua própria teia. Somos fantasmas. Múmias que não deviam sair do sarcófago. Assombrando-me em pensamento, vem puxar meu pé de madrugada, segurar no meu pênis.
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Comentários
Fico passada com essa sua capacidade de escrever.
Ahhhhhhhhhhhh! Se na minha época de dor eu escrevesse assim.
Bj
Mas para o amor nâo há passado, somente tempos e tempos, como a maré.
Heheheh
Deixa que te diga que escreves com certeza melhor que ele...
beijo Papagaio-Poeta (:
só se for
só é.
é dos carecas que elas gostam mais, não sabia?
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"A estrada do excesso leva ao palácio da sabedoria"
acho que o James Douglas Morrison, não interpretou isso muito bem, mas fodass, adoro ouvir "The End"
...this is the end, my only friend the end...
I'll never look into your eyes again...
in a desperate land... Come on baby!
...come with me
across the sea
endlessly
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beijo
eu me proibi de sair com você e com o Caio,
trio fantástico!
acho que preciso fazer menos apologia ao álcool. Obrigado pela menção no conto.
um beijo,
Gusta
ps: que te gusta mucho. Precisa vir mais aqui.
Tá aí: http://instantes-imemoraveis.blogspot.com/
São os vícios e as vicissitudes!
Ps.: The End é a melhor, mas você está mais para o anagrama do Jim.
Bjos
Pessoal CONFIRAM ! ! !
http://instantes-imemoraveis.blogspot.com/
tá muito bonito!
Danitza,
depois linka a galera que comenta aqui, please.
beijos,
Gus
tão bão dimais da conta, uai.
tem aquele seu amigo que flertou contigo.
ano passado voou pela janela.
memória fraca
> memória fraca
aparece na minha frente que eu te cubro de porrada, mané. Você tá pedindo? mas não vem pelas costas não, aparece igual homem e diz isso olhando nos meus olhos, sua bichinha escrota.
um abraço,
Gustavo