outuno
Murmúrio do vento, ares de chuva. Queria um afetuoso abraço confuso agora. Calor, porém a chuva refresca um pouco. Mais do que todas as nuances do mundo, mais do que o mundo. Subtraídas todas as irrelevâncias, o que restaria? Essa talvez seja uma revelação da sociedade pós-industrial. A roda ainda maquina sua traquinagem medieval. Os homens robôs são acordados em horários, comem e horários, dormem em horários. O ser humano pós-moderno irá fazer, criar, fabricar, construir seu próprio horário de criação científica ou artística. Ou mesmo trabalhos ordinários, comuns já se consolidam através da rede. O Tempo, afetuoso ordinário tempo, retumba papappa nas chacoalhadas notas do piano. Onde se tem onde gastar o Tempo musical, conduzido (muito mais bonita palavra) pelo compasso, andamento ou ritmo musical. Espero a chuva, mas ela ainda não veio. Talvez os fenômenos naturais sejam os únicos (e até eles) que poderemos programar e antever. O caos como movimento, não pode fugir do controle dele mesmo, pois está inserido em si. É como se meu cérebro se voltasse contra mim e decidisse comandar meu corpo sem a minha vontade. Se o cachorro interpreta uma mensagem, compreendo um signo energético (calor, odor, ruídos) e esse fundamento gera um signo interpretante, embora não valha para a semiótica, o cachorro “pensa”, produz um signo que pode ser transmitido para outro cachorro através de sinais. Símbolos, fome, raiva, status, afeto, medo. O animal autobiográfico pós-moderno. Você pode ler esse texto sem pausas, ou ininterruptamente enquanto a chuva se arma, se prepara se aproxima. Maravilhoso vagabundo não propriamente – homem consciente das coisas necessárias do mundo. Entre elas o l’argent. Vivo para isso, mas não por isso. Poder existir. Uma lambida, um afago, uma afeto me deixariam grato l’animal que donc jê suis. Eu também me referia a isso, enquanto ela se aproxima eu só queria um abraço. Mas como un pero molhado, vou deixar que ela me lamba, deitado lá no telhado. Trovão – índice muito conhecido no senso comum. Existiremos através de máquinas se deixarmos de ser a interface. Serei seu amigo fiel. Venha, eu te acompanho, eu te protejo, do Tempo das horas e do medo.
Comentários
Texto Fantástico! Como todos qe escreve..
"É como se meu cérebro se voltasse contra mim e decidisse comandar meu corpo sem a minha vontade."
Me identifico com essa frase.
Abraços.Ótima semana
fez-me lembrar o diálogo do principezinho coma raposa...
"Deixarmos de ser a interface" ... apenas sentir e acompanhar o passo do outro...
Tens que compilar todos estes textos. A Maria Augusta vai tentar que o jardim efémero vire revista. A qualidade destes textos, dispersos no blog, será que não poderiam ter também outro tipo de consulta?
Um abraço com sorrisos no teu Outono, sem horas,nem relógios rs
Como vai? não sei do que se trata, mas...
Por nada!
Um prazer ver você por aqui.
Beijos, blues e muita poesia,
Gustavo
ps: o endereço do blog da Jess é
http://osolaluaeasestrelas.blogspot.com/
Beijos, blues e poesia
Tenho vindo pouco aqui por absoluta falta de tempo! Os meus blogs me tomam todo o tempo do dia e muitas horas da noite! Mas vou te dar uma dica, se me permite: coloque os SEGUIDORES. Hoje só tenho visitado os blogs que SIGO e o blogger me avisa das postagens em tempo real. Aí, se me interessam vou lá! Caso contrário fica muito complicado visitar os quase 400 blogs da minha lista!
Obrigado pelas suas visitas. Se for um SEGUIDOR dos meus, gosará desse previlégio que essa ferramenta nos dá!
Forte abraço
Além do que tenho um pai marxista, não gosto de pastorear seguidores. Mas isso é um caso à parte...
estou tentando superar.
Abs,
Gustavo
& anarquista.
hay govierno?
soy contra!
adelante & ariba!
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