up and on!
Madrugada
Então? Porque ficamos a sós, só nós dois?
Porque não sabia ao certo a direção?
Porque me deixaste perdido bem quando te buscava?
Porquanto os porquês da vida nunca acabam?
Porque esperaste tanto? Não ouviste meu pranto?
O tempo é diferente em Seu relógio? Eu não uso relógio pra saber a hora.
não era ocasião para amparar, não era hora?
não viste a languidez no meu rosto?
Devo parar, talvez? Retroceder?
There is no way back I could make.
I shouldn’t do it anyway...
Porque não sabia ao certo a direção?
Porque me deixaste perdido bem quando te buscava?
Porquanto os porquês da vida nunca acabam?
Porque esperaste tanto? Não ouviste meu pranto?
O tempo é diferente em Seu relógio? Eu não uso relógio pra saber a hora.
não era ocasião para amparar, não era hora?
não viste a languidez no meu rosto?
Devo parar, talvez? Retroceder?
There is no way back I could make.
I shouldn’t do it anyway...
“água pra me refrescar, água pra beber e me refrescar e
beber, água pra beber e me refrescar, água pra beber”
Esmola
Seria isso um mantra, estados alterados de consciência, minhas células tentando contato com as moléculas de água. Como um rio chamando passarinho. Quão intensamente a cobra há de comê-lo? Assim segue-se o S da serpente. Assim a serra cobra sua gorjeta. Quão grandemente foste cego no breu das horas? Quão tolo esteja eu sendo agora?
Assim mais um fascículo de Caras.
Eu e Deus,
Diante daquela cena desértica, e com aquela mochila quanto mais vazia, com o passar dos dias, mais pesada ficava, eu só podia pedir a Deus (ou a natureza) que me levasse depressa ao encontro da água.
E foi assim que fiz. Você se lembra? Não precisa responder...
Olhava o terreno que conhecia, mas a semelhança entre os montes me confundiu.
depois de passar por um campo onde há moitas enormes de capim macio e transpor um córrego brejeiro, tomei o caminho mais difícil, pelas pedras. Andei ligeiro, mesmo que pra cima e adiante. O córrego devia ter algum bicho morto e eu fiquei com cheiro de merda.
ouço os estalidos da aguinha caindo. Vejo, mas não alcanço.
dou-me a chance de não morrer no meio do caminho.
Finalmente chego à margem do rio!
dei de mim tudo que pude. Astúcia e loucura, persistência, insanidade, força e resistência. Sana pra sarar da sede. Sede tu meu fiel discípulo e o mantra se dissipam em minha mente.
eu já na era u nem você. Eu já não era Deus.
era só mais um protozoário na vastidão de um lago escuro...
Adentro a escuridão de minha mente.
Adentro as trevas de mim mesmo.
Esmola
Seria isso um mantra, estados alterados de consciência, minhas células tentando contato com as moléculas de água. Como um rio chamando passarinho. Quão intensamente a cobra há de comê-lo? Assim segue-se o S da serpente. Assim a serra cobra sua gorjeta. Quão grandemente foste cego no breu das horas? Quão tolo esteja eu sendo agora?
Assim mais um fascículo de Caras.
Eu e Deus,
Diante daquela cena desértica, e com aquela mochila quanto mais vazia, com o passar dos dias, mais pesada ficava, eu só podia pedir a Deus (ou a natureza) que me levasse depressa ao encontro da água.
E foi assim que fiz. Você se lembra? Não precisa responder...
Olhava o terreno que conhecia, mas a semelhança entre os montes me confundiu.
depois de passar por um campo onde há moitas enormes de capim macio e transpor um córrego brejeiro, tomei o caminho mais difícil, pelas pedras. Andei ligeiro, mesmo que pra cima e adiante. O córrego devia ter algum bicho morto e eu fiquei com cheiro de merda.
ouço os estalidos da aguinha caindo. Vejo, mas não alcanço.
dou-me a chance de não morrer no meio do caminho.
Finalmente chego à margem do rio!
dei de mim tudo que pude. Astúcia e loucura, persistência, insanidade, força e resistência. Sana pra sarar da sede. Sede tu meu fiel discípulo e o mantra se dissipam em minha mente.
eu já na era u nem você. Eu já não era Deus.
era só mais um protozoário na vastidão de um lago escuro...
Adentro a escuridão de minha mente.
Adentro as trevas de mim mesmo.
(estou a duas horas do cume, mais vinte minutos até o abrigo).
Meu corpo todo fervia. Entro cautelosamente na água
fria, pra evitar o choque.Alívio!
Meio segundo depois de sair sinto um calafrio estarrecedor.
Coloco todas as roupas de dormir pra esquentar o corpo.
Cubro-me com o cobertor térmico.
Rimbaud queria ver o sol...
E eu tentando me esconder dele. Não há sombras no agreste serrado. E eu estava prestes a congelar. Coberto precariamente, com a luz dos olhos retinindo em meu sol, consegui descansar alguns minutos.
Olhei para o horizonte de onde tinha vindo. Não acreditei que havia caminhado toda aquela distância em um dia. E ainda tinha de galgar forças pra chegar ao pico.
o astro rei estava acima da linha do horizonte, a oeste, obviamente.
O tanto distante da linha quanto u precisava.
Passo a mover-me como um bicho.
Aos poucos tiro cada roupa de frio.
aceito sem pensar que devo aceitar.
O desafio.
Quantas noites passei sozinho? Não me lembro. Na cidade, aprendo a conviver com as sombras do meu quarto. Foste mal, cruel, infinitamente.
O brilho solar inunda meus olhos.
Comentários