garotas más não choram
Torno a escrever como uma reza agnóstica. À essa hora, afoito pela necessidade de dormir e já é uma e trinta e oito. Torno a sentar-me diante do computador, onde meus dedos mais uma vez dançam à procura de um tema. Pianista de letras - toca quase sempre a mesma música. Não sei de onde tirar a fonte do meu sono. Do outro lado da casa, nasceu discretamente a lua com um largo sorriso fino e crescente, delineando mais um ciclo de sete dias. Os melhores dias da minha vida, nossas vidas, ainda estão por vir, mas já os vivemos e os viveremos ainda mais no devenir de cores dessa lúdica maquinaria de mágicas. Agora tudo está em paz... o ateísmo teórico conspira... os astros cospem monolitos enormes de plutónio e eu não vejo a hora em que devo abstrair de mim mesmo, colocar as estrelas pra funcionar nesse dínamo e acender a vídeo-fogueira ancestral. Consigo que me faça ver o que é não dormir esse literário lixo que escrevo. Vagar pelas notas bêbado, mas asas dos violinistas de Chagal, dínamo da noite estrelada. Como é puro, preto e opaco o brilho desses olhos. Bêbado de si mesmo. Linda nos tornamos amantes e nos tocamos como dois seres se experimentam. Como se a descoberta do corpo fosse uma ode às novas curas e as navalhadas de loucura que cortam sem verter sangue, gota sequer, numa rica rima fleumática.
Comentários
bjo
bj
magnífico o que escreves querido amigo ...
leitor assíduo ... somente precisando registrar mais o que sinto por aqui ... é o tempo ...
bjo grande
;-)
Beijo..
Belas as tuas composições!
Gi
Beijinho grande