Proust e os signos
"The Queen of the underground"
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Disposto a fazer uma analepse de todas as nossas memórias idas. Comi algo que não me fez bem e passei um ano inteiro vomitando. As meninas brincam de prazer, em busca do tempo perdido e Proust te despreza. Desprezo a promiscuidade que o momento histórico delega. Aprender é ainda relembrar, mas, por mais importante que seja o seu papel, a memória só intervém como o meio de um aprendizado que a ultrapassa tanto por seus objetivos quanto por seus princípios. A “busca” é voltada para o futuro e não para o passado. Aprender diz respeito essencialmente aos signos. Os signos são objeto de um aprendizado temporal, não de um saber abstrato. Aprender é, de início, considerar uma matéria, um objeto, um ser, como se emitissem signos a serem decifrados, interpretados. Não existe aprendiz que não seja "egiptólogo" de alguma coisa. Alguém só se torna marceneiro tornando-se sensível aos signos da madeira, e médico tornando-se sensível aos signos da doença. A vocação é sempre uma predestinação com relação a signos. Tudo que nos ensina alguma coisa emite signos, todo ato de aprender é uma interpretação de signos. Do signo extrai-se sua unidade e seu surpreendente pluralismo. Volto o tempo e me redimo. Rimo memória que não evoco (conscientemente) vem a mim sem aviso, sem que eu peça, de surpresa e como um raio, é voz tonitruante.
Comentários
bjo!
G.
Tentei buscar alguns signos em minhas memórias, e a cada linha lida, deparava-me com a (minha) natureza mutante e com alguns signos importantes. Me fizeste ter vontade de reler o Carlo Ginzburg.
Obrigada pela ida ao Canto, e sobretudo, pela leitura do poema.
;)
Ich habe nicht wirklich gelesen das Gedicht
ass.
Rabo do olho