Mutantis mutatis: introdução ao papel do ouvinte
Às vezes o grupo lingüístico é visto como uma certa personalidade coletiva e se lhe dá grande importância (entre os representantes da “psicologia dos povos”), mas também nesse caso a multiplicidade de falantes, dos outros em relação a cada falante dado, carece de substancialidade.
Tais ficções dão uma noção absolutamente deturpada do processo complexo e amplamente ativo da comunicação discursiva.
O ouvinte, ao perceber e compreender o significado (lingüístico) do discurso, ocupa simultaneamente em relação a ele uma ativa posição responsiva: concorda ou discorda dele (total ou parcialmente), completa-o, aplica-o, prepara-se para usá-lo, etc.; essa posição responsiva do ouvinte se forma ao longo de todo o processo de audição e compreensão desde o seu início, às vezes literalmente a partir da primeira palavra do falante. Obrigatoriamente: o ouvinte se torna falante.
O que foi ouvido e ativamente entendido responde nos discursos subseqüentes ou no comportamento do ouvinte. Portanto, toda compreensão plena real é ativamente responsiva e não é senão uma fase inicial preparatória da resposta.
Tais ficções dão uma noção absolutamente deturpada do processo complexo e amplamente ativo da comunicação discursiva.
O ouvinte, ao perceber e compreender o significado (lingüístico) do discurso, ocupa simultaneamente em relação a ele uma ativa posição responsiva: concorda ou discorda dele (total ou parcialmente), completa-o, aplica-o, prepara-se para usá-lo, etc.; essa posição responsiva do ouvinte se forma ao longo de todo o processo de audição e compreensão desde o seu início, às vezes literalmente a partir da primeira palavra do falante. Obrigatoriamente: o ouvinte se torna falante.
O que foi ouvido e ativamente entendido responde nos discursos subseqüentes ou no comportamento do ouvinte. Portanto, toda compreensão plena real é ativamente responsiva e não é senão uma fase inicial preparatória da resposta.
Estética da Criação Verbal, Bakhtin. (fichamento PUC)
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