O homem mais infeliz

Kierkegaard explica que o homem mais infeliz nunca está presente a ele mesmo porque está sempre vivendo no passado ou no futuro. Está sempre esperando ou se recordando. Ou pensa que as coisas eram melhores no passado ou espera que sejam melhores no futuro, mas sempre são ruins agora. Isso é infelicidade comum. Mas o homem infeliz no “sentido literal” não está nem mesmo presente na sua lembrança ou na esperança. Kierkegaard dá um exemplo de um homem que olha para o passado desejoso das alegrias da infância, das quais de fato ele mesmo nunca teve a experiência (talvez estivesse pensando no seu próprio caso). Da mesma forma, o “esperançoso infeliz” nunca está presente nele mesmo na sua esperança, por motivos que eram obscuros para mim até eu alcançar essa parte: “indivíduos infelizes que têm esperanças sofrem a mesma dor daqueles que se lembram. Indivíduos que esperam sempre acabam tendo uma decepção mais gratificante”. Tenho a sensação de que as coisas foram melhores no passado, como devo ter sido feliz alguma vez, senão como saber que estou infeliz agora? Em algum lugar desse passado devo ter perdido a felicidade, ou a destruído, ou deixado passar, embora só possa lembrar dessa felicidade em fragmentos passageiros... Sempre fui um esperançoso infeliz, o que em paradoxo, me faz um nostálgico infeliz.


Definição de


O homem mais infeliz




E esse é o resultado de tudo: por um lado, ele espera constantemente por alguma coisa que deveria estar recordando... Por outro, ele se lembra constantemente de alguma coisa que deveria estar esperando que aconteça... Em conseqüência, o que está esperando que aconteça está no passado e o que se recorda está no futuro... Ele está sempre bem perto do objetivo e ao mesmo tempo distante dele. Descobre que a coisa que o faz infeliz agora, porque agora a possui, ou porque ele é desse jeito, é precisamente o que alguns anos antes o teria feito feliz se apenas a possuísse naquela época, enquanto naquela época era infeliz porque não a possuía.


Ou isso /ou aquilo, O homem mais infeliz. Kierkegaard, Sǿren





Esse cara tá falando de mim... De onde eu concluo que a ignorância é uma benção.


Comentários

Srtª Elis° disse…
hum interessante isso...sempre buscando explicaçoes para seus sentimentos...... eu tb!
Vivian disse…
...Soren fala um pouco
de todos nós, eu acho!

muito bom encontrá-lo em
meu canto.

obrigada, moço!

bjokas

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