Gothan

Silence of a dawn. O silêncio é assim, a televisão falando baixinho, o resvalar das folhas sobre o vento, dois uivos distantes se comunicam, um cachorro que passa latindo, um carro que sobe solitário, luzes que se apagam. A madrugada aporta e eu, como náufrago, sinto-me perdido na ilha do meu quarto, o abajur é fogueira no platô do ego, procurando estrelas no céu nublado. Os helicópteros passam procurando alguma coisa, imagino. Alguém fugindo, mais um crime cometido, mais um bandido, mais uma “noite bandida”. Vejo a máquina aérea que plaina sobre os prédios feito abelha. Alguém se escondeu entre as paredes, as ruelas, o mato, o beco. É hora do homem-morcego.


01h06min

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